Mons. Viganò: Papa encoraja reforma da mídia vaticana, processo irreversível


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco encontrou, na tarde desta quinta-feira (22/09), o Prefeito da Secretaria para a Comunicação (Spc), Mons. Dario Edoardo Viganò, o secretário do organismo, Mons. Lucio Adrián Ruiz, e o conselho do novo dicastério.

O pontífice os recebeu e entregou o Estatuto, publicado nesta quinta-feira, que entrará em vigor em 1º de outubro próximo. 

A nossa emissora entrevistou o Mons. Viganò sobre o encontro com o Francisco e o andamento da reforma dos meios de comunicação do Vaticano.

Mons. Viganò: “Foi um encontro muito cordial. Estavam presentes o secretario do dicastério e os diretores da direção geral, da direção teológico-pastoral, da direção tecnológica e da Sala de Imprensa. O Papa quis entregar pessoalmente os Estatutos que foram preparados durante meses de trabalho por um grupo de trabalho misto, Estatutos que foram acompanhados com atenção e importante trabalho pelo Pontifício Conselho para a Interpretação dos Textos Legislativos e pela Secretaria de Estado. Foi um momento cordial e o Santo Padre nos pediu para proceder com determinação e segundo escolhas irreversíveis para este novo cenário, que é o cenário da convergência digital.”

O que representa a aprovação dos Estatutos neste percurso que claramente continua. Fala-se de um triênio que temos ainda pela frente?

Mons. Viganò: “Digamos que o trabalho já começou e começou segundo aquele projeto que tinha sido partilhado com o Conselho dos nove Cardeais e aprovado, em seguida, pelo Santo Padre. Os estatutos, além da fórmula que esperou vários meses para encontrar aspectos formais muito importantes, sancionam o que era o projeto apresentado e aprovado. Certamente, é uma certidão de nascimento importante do ponto de vista jurídico. Existe uma paternidade jurídica, digamos assim, neste momento, que nos permite exercer, agora, as operações que são importantes para um dicastério que nasce da junção de muitas outras entidades, como o desenvolvimento dos regulamentos e do único quadro de funcionários que será unitário.”

O que chama a atenção em algumas partes é a dimensão de “Estatuto aberto”, pronto a olhar para a comunicação em suas mudanças dinâmicas e velozes, como vimos ultimamente com o irromper da revolução digital. O que isso significa?

Mons. Viganò: “Significa preparar um instrumento que possa acolher o que será desenvolvido. Do telégrafo até hoje se passaram mais de 150 anos e houve uma evolução tecnológica enorme, exponencial. É importante ter um instrumento jurídico que ajude a prosseguir de agora a cinco, dez anos, em relação ao que aparecerá no cenário dos meios de comunicação.”

No discurso ao Conselho Nacional da Ordem dos Jornalistas, no dia em que foram aprovados e entregues os Estatutos, o Papa sublinhou que a Secretaria para a Comunicação tem uma dimensão de serviço...

Mons. Viganò: “Acredito que isto seja também uma vocação: de um lado, uma vocação interna à Igreja, mas de outro, ajudar também os jornalistas a contar a Igreja que, como disse o Papa Francisco, não é simplesmente uma entidade sociológica. Não podem ser utilizadas categorias políticas para relatar a Igreja. A Igreja precisa de uma hermenêutica espiritual, de uma modalidade que tenha um olhar sobre os fatos, sobre o agir da Igreja e que seja uma olhar sobretudo espiritual. A Igreja é um conjunto de homens e mulheres que vivem o discipulado a Jesus e que com as suas ações querem dar um novo significado a todas as coisas em Cristo. Portanto, ou se tem este olhar espiritual sobre a Igreja ou muitas vezes surgem tendências ideológicas ilusórias. A Secretaria para a Comunicação, como disse o Papa, é um ponto de referência para o mundo da informação. Penso sobretudo, nos vaticanistas, a fim de que cada vez mais e melhor possam falar a todo o mundo sobre o Magistério do Santo Padre e seus gestos.” (MJ)








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