A beleza da fé é a grande resposta aos desafios de hoje


Cidade do Vaticano (RV) – Testemunhar a verdade do Evangelho numa sociedade pluralista, mas como? A essa interrogação responde o livro “A beleza desarmada”, de Pe. Julián Carron, presidente do Movimento de Comunhão e Liberação. Na obra apresentada neste domingo (18) em Turim, o autor indica como resposta aos grandes desafios dos nossos dias, a atratividade do testemunho cristão.

Pe. Carron“A beleza desarmada é a fé que com a sua capacidade de fascinação pode realmente fascinar as pessoas sem nenhuma outra necessidade de poder ou de força para atrair. Se pensarmos sobre a capacidade do homem de reconhecer o bonito, o verdadeiro, as pessoas se encontram...”

A beleza desarmada como única possibilidade para imigração

RV – Então, a beleza desarmada pode ser efetivamente uma resposta, inclusive perante a importantes temas: penso, por exemplo, à questão da imigração, àquelas que representam a nossa Europa atual.

Pe. Carron “Eu penso que essa seja a única possibilidade. Nós temos tem muita gente que vem de fora: se não encontram aqui uma acolhida, se não encontram alguma coisa bonita, se aquilo que encontram é somente o nada, o nada será como uma oportunidade favorável para que dali comece a violência. Temos imigrantes de segunda geração, nascidos na Europa, que cresceram aqui e receberam educação, mas não encontrando alguma coisa que realmente possa fasciná-los, naquele nada são pessoas prontas para qualquer tipo de fundamentalismo ou de radicalismo. Ou a gente consegue oferecer alguma coisa mais fascinante que a violência ou serão depois envolvidos em qualquer tipo de radicalismo.”

A beleza não nos deixa indiferentes

RV – Pe. Carron, o que nos diz a beleza desarmada perante o debate de temas como a família e os novos direitos?

Pe. Carron“Mas... é a mesma coisa, sabe. Vemos que as leis não impediram ou diminuíram o fascínio da beleza das famílias. Se nós, cristãos, não somos capazes de testemunhar que tem uma maneira de viver muito mais atraente em relação à outra, não existirá nenhuma lei que poderá impedir a disseminação de uma mentalidade. É um desafio para todos nós: o desafio de não tentar impor alguma coisa, mas procurar mostrar a beleza de uma vida que, na sua fascinação, é capaz de convencer. A beleza não nos deixa nunca indiferentes. É a única capaz de ser respeitada pela liberdade do homem, porque ninguém quer que ninguém imponha nada...”

A verdade e a liberdade religiosa

RV – Tudo isso pressupõe que seja dado espaço a um pluralismo, que seja dada a possibilidade de se expressar também a quem testemunha essa beleza desarmada: então, necessário é o respeito pleno à liberdade religiosa...

Pe. Carron – “Exato. A liberdade religiosa é a condição. Para mim parece que seja o passo feito do Concílio Vaticano II. A Igreja, refletindo sobre a natureza da verdade cristã, reconheceu que a verdade não precisa de outra coisa se não o esplendor da própria verdade. E é por isso que não há outro modo de transmitir a verdade se não através da liberdade. Todas essas coisas são realmente pertinentes a um mundo multicultural, como era no início do cristianismo. Em nenhuma outra época o cristianismo se difundiu tão rápido como nos primeiros séculos e não tinha nada daquilo que nós temos agora: nada que favorecesse externamente o testemunho da fé.”

A fé precisa ser vivenciada

RV – A beleza desarmada solicita, então, a cada homem, a cada mulher, à inteira Europa a se apropriar novamente da própria identidade para testemunhá-la...

Pe. Carron“Exato. Da onde se começa? Daqueles que foram chamados por Deus. A fé nos foi dada para tudo: não somente para nós, para conservá-la na nossa sala; mas nos foi dada para vivê-la perante todos: no trabalho, na família, na sociedade, nos lugares da vida de todos...” (AC)








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