Não há condições pra uma visita do Papa no Iraque, afirma Dom Nona


Cidade do Vaticano (RV) – Na Geórgia, para onde Papa Francisco viaja no final deste mês, “o Pontífice irá a uma igreja caldeia. Ali estará o nosso Patriarca com oito bispos e acredito que eles devam convidá-lo a visitar o Iraque. Mas não é fácil visitar o Iraque em uma situação como a atual”, afirmou o arcebispo emérito de Mossul dos Caldeus, Dom Emil Shimoun Nona.

A declaração do purpurado foi dada à agência italiana de notícias Ansa durante um encontro promovido na sede da entidade Ajuda à Igreja que Sofre, em Roma, nesta quarta-feira (14). Segundo Dom Nona, apesar do desejo expressado por mais de uma vez pelo próprio Bergoglio de ir ao Iraque e, em particular, ao Curdistão, para levar conforto aos cristãos vítimas da perseguição jihadista, uma eventual visita apresenta muitas dificuldades e dificilmente se realizará, ao menos, em um curto espaço de tempo.

Como explica Dom Nona, “os obstáculos estão sobretudo na violência generalizada em que se encontra o país. Alguns disseram que essa visita poderia acontecer de modo que o Papa visitasse somente os cristãos que estão no norte do Iraque, onde a situação é relativamente mais tranquila. Mas, como se sabe, o Papa não pode visitar uma parte de um país e não visitar a outra. Existem muitas dificuldades”, finalizou o arcebispo emérito de Mossul dos Caldeus.

O inimigo escondido

Da parte do Iraque vem o apelo lançado pelo Patriarca Caldeu Louis Raphael I Sako para desminar as cidades da Planície do Nínive, isto é, remover as minas terrestres deixadas pelos jihadistas naquele local. Mesmo depois da derrota anunciada do autoproclamado Estado Islâmico na região, se faz necessário um “grande projeto humanitário” para fazer renascer Mossul e a inteira região.

Organização francesa está pronta para a desminagem

Somente um trabalho realizado por especialistas e sociedades competentes poderá colocar fim ao exílio dos refugiados que querem voltar para as suas próprias casas. “É melhor construir escolas e clínicas”, reconhece o Patriarca, “mas nada poderá ser reconstruído se primeiro não for realizada a recuperação do lugar”.

A organização francesa empenhada no apoio às minorias religiosas do Iraque, a Fraternitè, já está trabalhando na desminagem da região.

 (AC/Ansa)








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