2016-09-12 12:07:00

Semana do Papa de 5 a 11 de setembro


Começamos, assim, esta “Semana do Papa” com o essencial da audiência geral de dia 7 de setembro na reportagem do nosso colega do programa brasileiro Rafael Bellincanta:

Os obstáculos que impedem de sentir a real presença de Deus

“É a misericórdia que salva”. Inspirado nesta afirmação do Evangelho de Mateus, o Papa Francisco conduziu a Audiência Geral de quarta-feira (7/9) e citou a dúvida da “noite escura no coração” de João Batista, que não entendia o “estilo muito diferente” de agir de Cristo – “o instrumento concreto da misericórdia do Pai”.

“A justiça que João Batista colocava ao centro da sua pregação, em Jesus se manifesta em primeiro lugar como misericórdia. Esta passa a ser a síntese do agir de Jesus, que desta maneira torna visível e tangível o agir do próprio Deus”.

Uma mensagem muito clara também para a Igreja, afirmou o Papa:

“Deus não mandou seu Filho ao mundo para punir os pecadores tampouco para destruir os maus. A eles é feito o convite à conversão para que, vendo os sinais da bondade divina, possam reencontrar a estrada do retorno”.

Ao recordar novamente o Evangelho de Mateus, no trecho em que Jesus diz “bem-aventurado aquele que não vê em mim motivo de escândalo”, o Papa explicou que “escândalo significa obstáculo”.

“A advertência de Jesus é sempre atual: também hoje o homem constrói imagens de Deus que lhe impede de sentir a sua real presença”.

A partir desse aviso, Francisco elencou 5 destes obstáculos atuais:

1.“Alguns tecem uma fé ‘faça você mesmo’ que reduz Deus ao espaço limitado dos próprios desejos e das próprias convicções. Mas esta fé não é conversão ao Senhor que se revela, ao contrário, impede-O de provocar a nossa vida e a nossa consciência”.

2. “Outros reduzem Deus a um falso ídolo; usam seu santo nome para justificar os próprios interesses ou até mesmo o ódio e a violência”.

3. “Para outros Deus é somente um refúgio psicológico no qual estar seguro nos momentos difíceis: trata-se de uma fé dobrada em si mesma, impermeável à força do amor misericordioso de Jesus que conduz em direção aos irmãos”.

4. “Outros ainda consideram Cristo somente um bom mestre de ensinamentos éticos, um entre tantos na história”.

5. “Finalmente, há quem sufoca a fé em uma relação puramente intimista com Jesus, anulando o seu impulso missionário capaz de transformar o mundo e a história.

“Nós cristãos acreditamos no Deus de Jesus Cristo, e o seu desejo é aquele de crescer na experiência viva do seu mistério de amor”, afirmou o Papa – e concluiu:

“Tenhamos o compromisso de não colocar nenhum obstáculo ao agir misericordioso do Pai, e peçamos o dom de uma fé grande para que também nós sejamos sinais e instrumentos de misericórdia”.

A redenção liberta

No sábado dia 10 de setembro a Praça de S. Pedro voltou a encher-se para mais uma audiência jubilar. Recordemos o essencial da catequese do Santo Padre na reportagem de Dulce Araújo:

O Papa assentou a sua catequese no trecho bíblico do Apóstolo Pedro que fala de Misericórdia  e da Redenção, isto é da salvação que nos foi dada através do sangue de Cristo.

Francisco recordou que a palavra “Redenção” é pouco usada, mas é fundamental porque indica a mais radical libertação que Deus podia realizar por nós, por toda a humanidade, por toda a criação.

Mas o homem de hoje, disse o Papa -  se ilude de poder libertar-se, salvar-se a si próprio sem a intervenção de Deus. Aliás, gaba-se mesmo disto. Mas é uma pura ilusão. Basta pensar – prosseguiu Francisco -  nas numerosas pessoas que, em nome da liberdade, são vendidas como escravas, ou se submetem à droga a isso, àquilo àqueloutro ...

“São escravas, tornam-se escravas em nome da liberdade. Todos temos visto pessoas do género  acabar de rastos. “Precisamos que Deus nos liberte de todas as formas de indiferença, de egoísmo e de auto-suficiência”.

Cristo sacrificou-se por nós, venceu a morte e o pecado para que nós pudéssemos receber uma vida nova, feita de perdão, de amor de alegria. Três palavras bonitas, sublinhou Francisco, repetindo-as e acrescentando que tudo o que Cristo assumiu foi redimido, liberto, salvo.

É claro que a vida apresenta provações e, por vezes, sofremos, mas quando isto acontece somos convidados a dirigir o olhar para Jesus crucificado que sofre por nós e connosco, uma prova certa de que Deus não nos abandona.

E o Papa convidou a não nos esquecermos nunca que nas angústias e perseguições, assim como nos sofrimentos quotidianos, somos sempre libertados pela mão misericordiosa de Deus que nos eleva para si e nos conduz à vida nova.

“O amor de Deus não tem limites: podemos descobrir sempre novos sinais que indicam a sua atenção para connosco e, sobretudo, a sua vontade de vir até nós e de nos preceder. Toda a nossa vida, embora marcada pela fragilidade do pecado, é colocada sob o olhar de Deus que nos ama.”

Afirmando depois que a Sagrada Escritura está cheia de passagens que nos recordam a presença, a proximidade e a ternura de Deus para com cada ser humano, Francisco sublinhou que “Deus tem uma grande ternura, um grande amor sobretudo para com os pobres, os mais fracos, os descartados da sociedade”. Quanto mais estamos na necessidade, mais o seu olhar misericordioso se pousa sobre nós, pois que conhece as nossas fraquezas.

“Conhece os nossos pecados e nos perdoa; perdoa sempre! É muito bom, é muito bom o nosso Pai”

Por esta razão, exortou o Papa, abramo-nos a Ele, acolhamos a sua graça. E citando o salmo 103 (7) que diz “Com o Senhor está a misericórdia, e nele é abundante a redenção” Francisco interagiu com os peregrinos presentes:

“Ouviste bem? "Com o Senhor está a misericórdia, e nele é abundante a redenção.” Outra vez:  "Com o Senhor está a misericórdia, e nele é abundante a redenção” Obrigado. 

Oração especial pela crise política no Gabão

No Angelus deste domingo dia 11 de setembro o Papa Francisco fez uma oração especial pela crise política no Gabão:

“Caros irmãos e irmãs, gostaria de convidar a uma oração especial para o Gabão, que está a atravessar um momento de grave crise política. Confio ao Senhor as vítimas do recontros e os seus familiares. Associo-me aos Bispos daquele querido País africano, convidando as partes a recusar todas as formas de violência e a ter sempre como objectivo o bem comum. Encorajo todos, de modo particular os católicos, a ser construtores de paz no respeito da legalidade, no diálogo e na fraternidade.”

E com o Angelus deste domingo concluímos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 5 a 11 de setembro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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