Na Mongólia existe uma grande sede de Deus, diz Diretor da Asianews


Cidade do Vaticano (RV) - A Igreja na Mongólia, a mais jovem comunidade católica no mundo, festeja a ordenação de seu primeiro sacerdote autóctone. De fato, o jovem Joseph Enkee-Baatar foi ordenado este domingo (28/08) na capital Ulaanbaatar. Ele desenvolverá seu ministério na pequena comunidade católica de Arvaiheer, formada por apenas 21 pessoas.

A respeito deste histórico acontecimento, que confirma o crescimento da Igreja nos últimos anos no continente asiático, a Rádio Vaticano entrevistou o Diretor da Agência Asianews, Padre Bernardo Cervellera:

"É um momento importante, porque é o primeiro sacerdote em uma comunidade que nasceu justamente das cinzas, que praticamente não existia. Os primeiros missionários começaram a criar relações de amizade com estas pequenas comunidades e o fato de que agora já tenha um sacerdote, é realmente um dom muito grande para a Igreja. Isto quer dizer que as sementes que foram lançadas pelos missionários são fecundas. Trabalhar na Mongólia significa deparar-se, por um lado, com uma cultura de religiosidade xamânica - portanto, veem os sacerdotes como um ponto de encontro entre o Céu e a terra, entre Deus e o homem -  e ao mesmo tempo, existe uma tradição budista, tibetana, muito forte. Por consequência, o fato de existir um sacerdote mongol, que faz parte desta cultura, e que, ao mesmo tempo, recebeu o anúncio de Jesus Cristo, pode realmente fazer aquele trabalho de inculturação, quer do ponto de vista da cultura, como da teologia, o que - naturalmente - é um pouco mais difícil e lento para um missionários estrangeiro".

RV: A Igreja na Mongólia tem crescido nestes anos? Não somente em termos numéricos, mas também - e sobretudo - em termos de apostolado e evangelização?

"Cresceu realmente muito lentamente e pacientemente, com relações de amizade, e também oferecendo às crianças a possibilidade de ter um local ou uma espécie de oratório onde podem brincar e estudar. Depois, deu uma ajuda também às mulheres, porque existe uma grande miséria. Neste sentido, buscou dar trabalho às mulheres e aos homens. A Igreja pode agir na Mongólia porque, pela lei, os agentes estrangeiros devem assumir um certo número de trabalhadores locais. Esta é uma situação em que a Igreja se encontra; porém, de fato, é um modo com que esta última, ajuda também o desenvolvimento do país. A Mongólia, depois da queda do Império soviético, garante a liberdade religiosa. Todavia, em relação às religiões, e sobretudo com aquelas estrangeiras, é um pouco cautelosa e tem medo de proselitismo. Por isto, são muito atentos, concedem licenças com dificuldades, querem verificar, colocam condições, etc. Porém, com muita paciência, a Igreja está crescendo".

RV: Este histórico acontecimento é o sinal de uma Igreja que, na Mongólia, mas também na Ásia em geral, poderá crescer ainda mais no futuro?

"O fato de que na Mongólia já tenha nascido a primeira vocação sacerdotal, revela que também na Mongólia, mas no geral em toda a Ásia, existe uma grande sede de Deus, uma grande busca de contato com o divino e a religião. Porque estes povos, por exemplo estes que viveram sob o comunismo, estavam acostumados ao materialismo; e ao invés disto, a fé, a religião, está renascendo. É necessário também recordar que o sacerdote foi educado na Coreia do Sul; e a Igreja coreana está muito comprometida em uma relação de fraternidade com a Igreja da Mongólia, para apoiá-la e ajudá-la. Portanto, o fato de que a Igreja coreana que está entre as mais vivas da Ásia e ajuda a pequena Igreja mongol, indica que na Ásia a evangelização tem ótimas perspectivas".

(JE)








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