Mongólia ordena primeiro sacerdote nativo


Cidade do Vaticano (RV) –  José Enkh se tornou no domingo (28/08) o primeiro sacerdote mongol a ser ordenado no país asiático.

Padre José foi ordenado na Catedral da capital Ulan Bator. 

"Após 24 anos o Evangelho é novamente plantado, principalmente depois a escuridão comunista que acabou com todas as experiências religiosas" celebrou o Prefeito Apostólico na Mongólia, Dom Venceslao Padilla.

“É uma bênção especial de Deus que visita o seu povo. É um dom para pequena Igreja na Mongólia, para todo o país e também para quem não é cristão", explicou.

Igreja na Mongólia

A cerimônia foi presidida por Dom Padilla e foi celebrada na língua mongol com tradução, sinal de uma Igreja que está plenamente imersa na vida desta nação da Ásia Central.

Os preparativos para a Celebração Litúrgica seguiram com grande entusiasmo: “É um passo histórico. É um momento importante, é um impulso para o trabalho missionário", destacou o bispo durante a homilia.

Além dos mais de 1.500 fiéis presentes, haviam 100 sacerdotes provenientes da Coreia (que tem um laço missionário especial com a Mongólia, com cinco sacerdotes fidei donum) e três bispos, incluindo o Núncio Apostólico, que levou uma mensagem do Papa Francisco. 

A Igreja Católica na Mongólia tem 1,3 mil batizados e 70 missionários entre religiosos e religiosas (20 homens e 50 freiras):

"É realmente o rosto da Igreja do mundo inteiro que contribui para a construção do Reino de Deus na Mongólia", disse Dom Padilla.

Mosaico de Fé

Os missionários estrangeiros formam um mosaico de raças, cores e línguas mesmo que o governo coloque uma condição:

"Para cada estrangeiro que entra no país, mesmo que um padre ou uma freira, é necessário criar alguns postos de trabalho para a população local. É como se o Estado criasse um método funcionalista e uma obra missionária utilitária. Mas que assim seja. A vida de fé segue em frente e acontece nas comunidades locais dispersas aonde era o lar dos Genghis Khan: Temos seis paróquias e cinco estações missionárias sem sacerdote residente, mas onde os batizados vivem uma experiência preciosa de fé", destacou o Prefeito Apostólico.

É grande a sede de espiritualidade deixada pela herança do ateísmo na época soviética. Recentemente, o país com pouco menos de três milhões de habitantes, teve a primeira Bíblia publicada na língua local.

"As pessoas continuam a ter um desejo implícito de Deus, começam querer conhecer a vida de quem tem fé. Então, para aqueles que nos perguntam sobre isso, dizemos "Vinde e vede". E aqueles que desejavam tornar-se cristãos começaram um caminho de catecumenato por dois anos", explicou Dom Padilla.

Frutos de um novo tempo

Neste sentido, o bispo indica claramente uma estrada:

"Rezamos com atitudes, anunciamos o Evangelho com a vida e exemplo, como dizia Francisco de Assis. A Igreja na Mongólia lançou mais de 30 institutos, centros e iniciativas na área social ou de caridade. Eles estão nas periferias das cidades, do lado dos marginalizados, necessitados e sofredores", contou.

Assim, os frutos da presença deste primeiro sacerdote local em breve poderá gerar outros frutos:

"Muitos jovens estão envolvidos em nossas obras, estamos confiantes de que o trabalho do Padre José vai ajudar toda a comunidade", concluiu o bispo.

José Enkh foi ordenado diácono em 11 de dezembro de 2014, em Daejeon (Coreia do Sul), onde recebeu sua formação inicial e retornou à Mongólia em janeiro de 2016, onde realizou trabalhos pastorais em diversas paróquias.

Na noite da segunda-feira, 29 de agosto, Padre José celebrará sua primeira missa na mesma Catedral de São Pedro e Paulo em Ulan Bator.

(Vatican Insider-VM)








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