Cairo (RV) – “Partilha de experiências e de amizades, mas também momentos de reflexão e debates sobre o presente e o futuro do diálogo entre cristãos e muçulmanos como elemento fundamental para a construção da paz”.
Esta foi a avaliação de Carla Khijoyan, membro do programa Youth in the ecumenical Movement, do Conselho Mundial de Igrejas (WCC, sigla em inglês), do seminário intitulado “Compromisso dos jovens, religião e violência”.
O encontro realizou-se no Cairo, de 18 a 22 de agosto, junto à mesquita e à universidade islâmica de Al-Azhar, numa promoção do WCC e de Al-Azhar. O objetivo foi o de oferecer aos jovens cristãos e muçulmanos um espaço de reflexão sobre a cultura do diálogo.
Analisadas complexas relações entre cristãos, muçulmanos e sociedade
O seminário foi animado por uma série de breves palestras de teólogos e politólogos sobre a complexidade das relações entre cristãos, muçulmanos e sociedade contemporânea. Neste contexto, foram tratados temas como as relações entre as religiões, espiritualidade e política; a definição do direito de cidadania, levando em consideração a identidade religiosa, étnica e nacional; a relação entre a juventude e o extremismo religiosa.
Também foram debatidas as propostas para favorecer um sempre maior envolvimento dos jovens na definição dos percursos para a justiça social e para a paz, com os quais derrotar extremismo e violência.
Patriarca copta Tawadros II
Excepcional presença no encontro foi a do Patriarca da Igreja Copta Ortodoxa Tawadros II, que expressou a sua pessoal satisfação de poder encontrar jovens que têm a peito a construção da paz, precisamente a partir da partilha de valores comuns que pertencem a diferentes religiões.
Para Tawadros, a experiência histórica da Igreja no Egito pode ajudar a compreender o quanto o testemunho da própria fé é fundamental para a compreensão dos dons de cada identidade religiosa. A construção da paz deve tornar-se a tarefa primária do diálogo islâmico-cristão, o qual deve encontrar força na contínua conversão do coração em um processo de reconciliação da memória.
Imame Ahmad Al-Tayyeb
Os jovens participantes, vindos de 15 países, encontraram também o Grão Imame de Al –Azhar, Amad al-Tayyeb, que os exortou a prosseguir na construção da paz na cotidianidade do diálogo e condenando o extremismo e o terrorismo, que não têm nada a ver com religião. (JE)
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