Card. Parolin: Papa sonha com reconciliação dos católicos chineses


Cidade do Vaticano (RV) – O Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin afirmou em entrevista ao jornal italiano Avvenire que as conversas entre a Santa Sé e a República Popular da China "continuam com o espírito de boa vontade entre as duas partes" e que se estão quase encontrando "soluções realistas para o bem de todos".

"A Santa Sé acredita de coração que os católicos chineses possam viver de modo positivo a sua pertença a Igreja, e ao mesmo tempo, ser bons cidadãos e contribuir na harmonia de toda a sociedade chinesa", afirmou.

Paciência

Enquanto o relacionamento China-Vaticano cresce, o Secretário de Estado lembra que o "caminho da consciência e da fidelidade recíproca requer tempo, e paciência".

Ao não considerar o alarmismo que foi divulgado como "pactos políticos e diplomáticos" e afirmando que o Vaticano sempre acompanhou a comunidade católica local, o Cardeal Parolin destacou que  ir ao encontro de Pequim é a principal intenção da Santa Sé.

"Que também quer se fazer presente na vida da fé católica e encorajar a reconciliação entre as comunidade chamadas 'oficial' e os chamados 'clandestinos', explicou.

Reconciliação no coração do Papa

"Que as tensões e divisões do passado sejam superadas para escrever uma nova página da história da Igreja na China", auspiciou o cardeal.

A Igreja "reconhece as figuras heroicas do Evangelho, um rio de santidade muitas vezes escondido ou desconhecido por muitos".

Este caminho de reconciliação será "um exemplo para o mundo inteiro, construir pontes de fraternidade e comunhão em toda parte", concluiu.

Islã

O Secretário de Estado do Vaticano também diz "não existe uma guerra entre o Cristianismo e o Islamismo", e observa que o "terrorismo de um ponto de vista numérico atinge mais os muçulmanos que os cristãos".

Ao falar sobre a chamada "guerra religiosa", o Cardeal Parolin precisou que são os adeptos/partidários do auto-proclamado Estado Islâmico que exploram o Islã para justificar seus atos de violência".

É necessário evitar "cair na armadilha deles", alertou.

A participação dos muçulmanos após o martírio do padre francês Jacques Hamel é reforçada por Parolin como um "sinal de fraternidade, solidariedade e rejeição da violência", embora em alguns casos, "a incapacidade de seguir o conselho pela participação de não-cristãos nas liturgias eucarísticas dá origem a mal-entendidos e críticas".

Francisco, sinal de Paz

O Secretário de Estado nega qualquer legitimidade ao sofisma da liderança ocidental que está fechando suas portas à imigração, com o pretexto da defesa da sua identidade cultural marcada pelo cristianismo.

"O espírito de acolhida", lembra Parolin "é parte essencial da identidade cristã e pode ser aplicada de forma concreta nas obras de misericórdia, já indicadas por Jesus no Evangelho".

Por fim, questionado sobre as intervenções do Papa Francisco entre as potências do mundo, o Secretário de Estado aproveita para chamar a atenção:

"O Papa Francisco não é um líder político, não é chefe de uma grande empresa multinacional, especialista em estratégias políticas, comerciais, financeiras. Ele é o Sucessor de Pedro, o Pastor da Igreja, escolhido por Deus para esse desafio, e sua única preocupação é de anunciar o Evangelho que salva, a fim de que os homens possam se reconciliar com Deus e com os irmãos e reencontrar esperança e paz".

Somente a partir dessa preocupação apostólica - enfatizou Parolin - também vem a atenção e participação do Papa aos dramas e problemas vivenciados pela família humana.

Segundo o Secretário de Estado do Vaticano, é "a simplicidade e a coragem com que o Papa propõe a primazia do diálogo e encontro que despertou em muitos líderes religiosos e políticos a vontade de entrar em contato com Francisco e saber melhor sobre a importância da Santa Sé e da Igreja Católica no mundo".

 (VM)








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