Rei do Marrocos: não ao terrorismo em nome do Islã


Rabat (RV) - Tornar-se “paladinos do Islã, da tolerância e da paz”, fazendo “frente comum para contrastar o fanatismo” dos jihadistas. Pela primeira vez, domingo passado (21/08), o rei do Marrocos, Muhammad VI, dirigiu um apelo aos cerca de cinco milhões de marroquinos que vivem na Europa e no mundo para combater o fundamentalismo e o terrorismo.

O discurso transmitido pela televisão foi feito em tom solene: “Diante da proliferação do obscurantismo, difundido em nome da religião, todos, muçulmanos, cristãos e judeus devem fazer frente comum para contrastar o fanatismo e o ódio em todas as suas formas”.

Muhammad VI fez seu pronunciamento por ocasião da “Festa da Revolução do rei e do povo”, para recordar aquela vez em que foram os marroquinos que salvaram seu soberano.

Era 1953 e o protetorado francês queria exilar Muhammad V, avô do atual regente. O intento não foi possível por causa da oposição dos súditos: graças a uma manifestação de massa a monarquia permaneceu no trono.

E propriamente referindo-se àquele evento, Muhammad VI quis despertar a consciência dos marroquinos exortando-os aos valores comuns da paz e da tolerância.

“Armem-se de paciência, porque a conjuntura é difícil, e estejam sempre na linha de frente entre os defensores da paz, da concórdia e da convivência, cada um no país em que reside”, disse o soberano, recordando os fatos sangrentos que atingiram a Europa recentemente e, em particular, Pe. Jacques Hamel, brutalmente assassinado em 26 de julho passado em sua igreja de Saint-Étienne-du-Rouvray durante a celebração da Eucaristia. Fato que o soberano definiu “uma loucura imperdoável”.

A mensagem final é clara: “Quem instiga à morte e à agressão, quem faz uma leitura tendenciosa do Alcorão e da Suna, difunde mentiras em nome de Deus e do profeta. Essa é a verdadeira ameaça. Os terroristas que agem em nome do Islã são indivíduos fenecidos, condenados ao inferno para sempre”.

Esses terroristas “instrumentalizam certos jovens muçulmanos, em particular, os que vivem na Europa, e aproveitam o fato de estes não conhecerem bem a língua árabe e o verdadeiro Islã, para transmitir-lhes mensagens falsas e promessas desviadoras”. (L’Osservatore Romano – RL)








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