Justiça salvadorenha nega extradição a acusados do assassinato de jesuítas


San Salvador (RV) - A Suprema Corte de Justiça de El Salvador indeferiu o pedido de extradição por parte da Espanha de quatro militares salvadorenhos detidos, implicados no assassinato, em novembro de 1989, dos sacerdotes jesuítas espanhóis Ignacio Ellacuría, Segundo Montes, Ignacio Martín Baró, Amando López e Juan Ramón Moreno.

"Tomou-se a decisão de negá-lo, porém estamos na questão da fundamentação" para justificar a decisão, declarou ao jornal 'El Salvador' o juiz Belarmino Jaime. A decisão foi tomada pelos quinze magistrados que integram o Pleno.

O Conselho de Ministros da Espanha, por proposição do Ministro da Justiça Rafael Catalá, havia aprovado em março solicitar novamente a El Salvador a extradição dos quatro militares, atendendo assim à petição do juiz Eloy Velasco.

Concretamente, a Espanha havia solicitado a extradição por delitos de assassinato terrorista e crimes contra a humanidade, do Coronel Alfredo Benavides Moreno, responsável pelo Batalhão Atlacatl, que teria ordenado os assassinatos dos sacerdotes; o Sargento Tomás Zarpate Castillo, que confessou a autoria dos disparos contra duas das vítimas; o Sargento Antonio Ramiro Ávalos Vargas, que provocou a morte direta dos sacerdotes - além de ordenar o assassinado de outras duas pessoas - e o Cabo do mesmo Batalhão Atlacatl, que confessou ter assassinado um dos sacerdotes.

Fontes do Supremo explicaram ao 'El Salvador', que a rejeição do pedido de extradição favorece a um dos quatro militares que se encontram detidos, porém não descarta que possa ser estendido a outros onze, que permanecem foragidos. Por outro lado, o Coronel Inocente Montano, que foi Vice-Ministro da Segurança Pública, está detido nos EUA à espera da decisão de um Tribunal se o extradita ou não à Espanha.

Os quatro militares salvadorenhos haviam sido capturados em 5 de fevereiro passado, em cumprimento a uma ordem internacional de captura emitida pela Interpol, a pedido do juiz Velasco. Desde então, permanecem reclusos, à espera da resolução do caso.

Os militares detidos foram julgados e processado em 1991, porém somente o Coronel Benavides foi condenado a 30 anos de prisão, sendo libertado em março pela Lei da Anistia de 1993, declarada inconstitucional em julho passado.

(JE)








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