É uma luz nas relações entre a República Popular e o Vaticano. O arcebispo de Hong Kong, o cardeal Jonh Tong, escreveu numa carta que foi publicada no portal oficial da arquidiocese de Hong Kong e na qual afirma - a China parece estar mais disponível a um entendimento com a Santa Sé.
Uma esperança em volta das divergências que, há muito, se encontram instaladas e perturbam a relação entre as duas partes, especialmente no que toca à nomeacao de bispos.
Diz o prelado que “a Igreja católica tem vindo, gradualmente, a recuperar a consideração do governo chinês” que parece, agora, “disposto a chegar a entendimento com a Santa Sé na questão da escolha dos bispos para a Igreja católica na China e a procurar um plano aceitável para ambas as partes”.
D. Jonh Tong reconhece que ainda existem muitas cautelas, muitos receios de parte a parte, mas também faz notar que o papa Francisco nunca aceitaria qualquer entendimento susceptível de ferir a integridade da Igreja católica.
A carta é, particularmente, lacónica e não adianta se qualquer acordo entre as duas partes estará perto de acontecer. De resto, este é um tema particularmente susceptível e merece sempre da parte de altos responsáveis do clero local uma reserva diplomática.
Apesar de todos estes receios, nos últimos meses têm vindo a ser conhecidas declarações várias dos responsáveis da Santa Sé em relação à situação dos católicos na China e da Igreja, em geral.
Em Maio, o secretário de Estado, Pietro Parolin, afirmou que as relações entre a China e a Igreja católica se encontram "numa fase positiva".
E antes, em Fevereiro, o próprio Papa já tinha enaltecido a posição da China numa entrevista ao sinólogo italiano Francesco Sisci, num gesto visto como uma tentativa de aproximação ao país asiático.
"O mundo espera pela vossa sabedoria", assinalou então o Papa, dirigindo-se ao povo e ao Presidente chinês, Xi Jinping.
Carlos Picassinos, Macau
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