2016-08-17 16:41:00

Maputo: passos em frente para a paz e jornalistas atacados


Moçambique – Jornalistas atacados e passos em frente na mediação para a paz

Duas viaturas transportando jornalistas da rádio e televisão públicas nacionais, foram atacadas última sexta-feira em Barué, província de Manica, no centro de Moçambique. O ataque é atribuído aos homens armados da Renamo (o maior partido da oposição no país) e vitimou quatro profissionais da comunicação social, sendo que só contraíram ferimentos.

A emboscada aconteceu durante o prosseguimento da visita do Presidente da República, Filipe Nyusi, à província de Manica e os referidos jornalistas estavam a fazer cobertura da visita presidencial.

Chefe do Estado condenou veementemente o ataque. 

Nos círculos da comunicação social moçambicana, o repúdio ao ataque a jornalistas não tardou. O jornalista Gustavo Mavie, que é igualmente presidente do Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA Moçambique), disse que a Renamo já perdeu o foco, pois já nem sabe a quem atacar. "Hoje já são os jornalistas a serem atacados - afirmou.

Deve haver responsabilização

Quem condenou igualmente aos ataques supostamente perpetrados por homens armados da Renamo, foi o jornalista Eduardo Constantino, que é também o secretário-geral do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ). "Este um novo modus operandi da Renamo. Não faz sentido que a Renamo agora já vire os canos contra os profissionais da comunicação social, os quais estavam em missão de trabalho e bem identificados. Isto é condenável e a Renamo deve ser responsabilizada", sentenciou.

A Renamo ainda não reagiu oficialmente sobre o ataque a jornalistas. 

De referir que desde que eclodiu a tensão político-militar em Moçambique, há três anos, esta foi a primeira vez que  homens armados da Renamo atacaram jornalistas – informa o nosso correspondente no Maputo, Hermínio José.

Passos em frente nas negociações de paz

Entretanto, a Comunidade de Santo Egídio emitiu nesta quarta-feira, 17/8  um comunicado em que sublinha que se registam passos em frente na mediação internacional para pôr termo aos recontros armados no país.

No comunicado lê-se que iniciou no dia 18 de Julho uma mediação internacional para a resolução da actual crise politica, com a presença de vários mediadores sob a coordenação da União Europeia, representada por Mário Raffaelli e pelo P. Ângelo Romano, da Comunidade de Sant’Egídio.

A mediação – afirma-se – trabalha no quadro de uma “Comissão Mista”, composta por doze representantes do Presidente da República e do Presidente da Renamo.

Hoje essa mediação “obteve um resultado importante” – sublinha o comunicado. A Renamo pedia desde o início da crise, que lhe fosse permitida governar as Províncias onde tem um forte apoio da população. Esse pedido vai ser agora tratado num quadro mais amplo sobre a reforma do Estado moçambicano na óptica da descentralização. E hoje foi criada uma sub-comissão encarregada deste trabalho específico, sempre com a ajuda da Mediação.

Este resultado – escreve a Comunidade de Santo Egídio – permitirá criar um clima de confiança recíproca, necessário para se chegar à paz.

(DA) 








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