2016-08-15 12:54:00

Semana do Papa de 8 a 14 de agosto


Nesta semana Francisco destacou na audiência geral a palavra de Jesus ao filho da viúva de Naim: Levanta-te. No Angelus o Papa afirmou que a Igreja precisa de missionários e não de burocratas ou de funcionários diligentes. O Papa Francisco falou do fogo do Espírito Santo e recordou os sacerdotes e religiosos que vivem em missão e dedicam a sua vida ao anúncio do Evangelho.

Começamos, assim, esta “Semana do Papa” com a audiência geral na qual Francisco propôs que o episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim, junto à porta da cidade, seja inspiração para os fiéis atravessarem a Porta Santa da Misericórdia neste Jubileu.

Junto da Porta Santa a palavra de Jesus: “Levanta-te”

Quarta-feira, 10 de agosto – numa Sala Paulo VI repleta de fiéis o Papa Francisco tomou como estímulo da sua catequese a leitura do Evangelho de S. Lucas, capítulo 7, versículos 12 a 16 que nos narra a ressurreição do filho da viúva de Naim.

Em particular, o Santo Padre sublinhou a atitude de ternura e compaixão que Jesus demonstra por aquela pobre mulher que perdera o marido e agora viu o seu filho morrer e está prestes a enterra-lo. Segundo Francisco esta atitude é mais importante que o milagre grandioso que ele realiza.

Neste encontro que tem lugar na porta da cidade de Naim, a viúva que vivia uma situação marcada pela morte, tem a vida transformada por Jesus compassivo, portador de vida. Este episódio pode, assim, servir de inspiração para todos os que atravessam a Porta Santa da Misericórdia durante este Jubileu – afirmou o Papa Francisco:

Durante este Jubileu, seria uma coisa boa que, no passar a Porta Santa, a Porta da Misericórdia, os peregrinos recordassem este episódio do Evangelho, acontecido sob a porta de Naim. Quando Jesus vê aquela mãe em lágrimas, ela entrou no seu coração! Na Porta Santa cada um chega levando a própria vida, com as suas alegrias e os seus sofrimentos, os projetos e falências, as dúvidas e temores, para apresenta-la à misericórdia do Senhor. Estejamos seguros que, junto à Porta Santa, o Senhor faz-se próximo para encontrar cada um de nós, para trazer e oferecer a sua poderosa palavra consoladora: “Não chores”. “

Esta é a Porta do encontro entre a dor da humanidade e a compaixão de Deus. Passando-a nós cumprimos a nossa peregrinação na misericórdia de Deus que, como ao rapaz morto, repete a todos: “Levanta-te”. A palavra poderosa de Jesus pode fazer-nos reerguer e operar também em nós a passagem da morte à vida. A sua palavra faz-nos reviver, dá esperança, tranquiliza os corações cansados, abre a uma visão do mundo e da vida que vai para além do sofrimento e da morte.”

No final da sua catequese Francisco salientou que este Jubileu deve ser vivido em todas as Igrejas particulares do mundo e não só em Roma e sublinhou ainda que Jesus é a “verdadeira Porta” que conduz à salvação e a uma vida nova plena de “obras de misericórdia”.

Papa almoçou com refugiados sírios no Vaticano

Nesta semana o Papa Francisco almoçou com um grupo de 21 refugiados da Síria na quinta-feira dia 11 de agosto. A refeição teve lugar na Casa Santa Marta no Vaticano. 

Os sírios estão hospedados na Comunidade Santo Egídio, em Roma. São algumas famílias que vieram para Itália depois da visita que o Papa Francisco fez à Ilha de Lesbos, na Grécia, em abril passado. O primeiro grupo veio no mesmo avião do Pontífice a 16 de abril, e o segundo, em meados de junho.

Durante o almoço, adultos e crianças tiveram a oportunidade de conversar com o Papa. As crianças deram-lhe de presente alguns desenhos, feitos por elas, e o Papa retribuiu-lhes com alguns brinquedos.

Além dos hóspedes sírios, estavam presentes também o Substituto da Secretaria de Estado, Dom Angelo Becciu; o professor Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio, o Comandante da Gendarmaria Vaticana, Domenico Giani, e dois soldados que colaboraram na transferência das famílias desde a Ilha de Lesbos até Itália.

Papa visitou mulheres libertadas da prostituição

Na sexta-feira, 12 de Agosto e no âmbito das chamadas “Sextas-feiras da Misericórdia”, o Papa Francisco visitou, a “Comunidade Papa João XXIII” em Roma.

Nesta comunidade, fundada pelo padre Oreste Benzi, Francisco encontrou-se com vinte mulheres libertadas da prostituição e da escravatura do tráfico humano. Seis delas são da Roménia, quatro da Albânia, sete da Nigéria, e três respetivamente da Tunísia, Itália e Ucrânia. Todas são jovens e passaram por graves violências físicas e psicológicas, mas agora vivem protegidas nesta comunidade.

Igreja não precisa de burocratas mas de missionários

Domingo, 14 de agosto – Angelus com o Papa na Praça de São Pedro. Da Janela do Palácio Apostólico, Francisco falou do fogo do Espírito Santo e recordou os sacerdotes e religiosos que vivem em missão e dedicam a sua vida ao anúncio do Evangelho.

O Santo Padre referiu-se ao Evangelho deste XX Domingo do Tempo Comum proposto por São Lucas que nos conta os “ensinamentos de Jesus dirigidos aos discípulos ao longo da subida até Jerusalém onde o espera a morte de cruz” – disse o Papa que recordou que Jesus se serve de três imagens para indicar o propósito da sua missão: o fogo, o batismo e a divisão. Francisco falou nesta sua mensagem do fogo.

O Papa lembrou as palavras de Jesus: “Vim trazer fogo sobre a terra e como gostaria que já fosse aceso”. O fogo de que fala Jesus – disse o Santo Padre – “é o fogo do Espírito Santo, presença viva e operante em nós desde o dia do nosso Batismo” e que “purifica e renova, queima cada humana miséria, cada egoísmo, cada pecado” e é o Espírito Santo que nos dá o “fervor para anunciar, a todos, Jesus e a sua consoladora mensagem de misericórdia” – afirmou o Papa. E a Igreja precisa do Espírito Santo:

“... a Igreja tem necessidade da ajuda do Espírito Santo para não se deixar travar pelo medo e pelo calculismo, para não habituar-se a caminhar nos limites seguros. A coragem apostólica que o Espírito Santo acende em nós como um fogo ajuda-nos a superar os muros e as barreiras, torna-nos criativos e leva-nos a metermo-nos em movimento para caminhar também sobre estradas inexploradas ou incómodas, oferecendo esperança a quantos encontramos.”

E o Papa Francisco recordou com admiração todos os “sacerdotes e religiosos que em todo o mundo se dedicam ao anúncio do Evangelho” muitas vezes com o custo da sua vida:

O seu exemplar testemunho recorda-nos que a Igreja não tem necessidade de burocratas e de diligentes funcionários, mas de missionários apaixonados, devorados pelo ardor de levar a todos a consoladora palavra de Jesus e a sua graça.”

O Papa recordou o mártir da caridade, o padre Maximiliano Kolbe, sacerdote polaco que morreu no campo de concentração de Auschwitz na Segunda Guerra Mundial e cujo dia se celebra neste domingo.

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 8 a 14 de agosto. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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