Buenos Aires (RV) – Uma multidão de pessoas participou domingo (07/08) de uma missa campal na celebração de São Caetano, presidida pelo arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Mario Poli, que afirmou que a independência nacional, assinada em Tucumán há 200 anos “alcançará sua total validade somente quando a família mais pobre tiver casa e trabalho dignos”.
“Nos lares não deve faltar assistência de saúde, educação e um trabalho honrado”, prosseguiu.
Ao pregar o Evangelho sobre a parábola do Bom Samaritano, o cardeal disse que os heróis da independência foram os “primeiros samaritanos da pátria” e o ideal que guiou seus passos (os de um país que funcione “como uma grande família” e onde primem a “solidariedade” e a “fraternidade”), está ainda “muito longe de ser alcançado”.
Ouvindo a homilia do arcebispo, os fiéis seguravam o tradicional ramo de 7 espigas, com a imagem de São Caetano e 7 pequenos pães, principal símbolo devocional do padroeiro do trabalho.
Os números da pobreza
Sindicatos contabilizam cerca de 200.000 demissões, em meio a uma inflação que beira os 40%, agravada pelo aumento nas tarifas de luz, água e gás da ordem de 700% em média.
Um estudo da Universidade Católica revelou que a pobreza atinge 1,4 milhão de pessoas e subiu para 34,5% nos três primeiros meses de governo de Mauricio Macri.
A carta do Papa denuncia o alto desemprego
No altar colocado diante da Igreja de São Caetano, no bairro de Liniers, Dom Poli leu ainda a carta enviada especialmente pelo Papa, na qual Francisco chama a atenção para os “índices de desemprego significativamente altos” no país.
Foto com o Papa não autoriza ninguém
Depois de ler as palavras de seu antecessor, o cardeal fez uma advertência aos políticos e autoridades que viajam a Roma para visitar o Papa: “Vocês sabem... não se enganem. Uma foto ou uma audiência com o Papa Francisco não faz de ninguém um porta-voz, nem amigo, nem missionário se não praticarmos os mandamentos da compaixão e da misericórdia com o próximo, meu irmão e meu semelhante”, completou.
Mama Antula será beatificada
Ainda na missa, Dom Poli exibiu aos fiéis uma escultura de María Antonia de Paz y Figueroa – conhecida como “Mama Antula” – leiga argentina que dedicou a vida a evangelizar e divulgar os exercícios espirituais depois da expulsão dos jesuítas no século XVIII. No início do século XX, a causa para a sua canonização foi a primeira apresentada pelo episcopado argentino ao Vaticano, e no próximo dia 27 de agosto próximo, ela será beatificada em Santiago del Estero.
(CM)
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