2016-08-04 16:49:00

Papa na Porciúncula: perdoar porque nós também fomos perdoados


Quinta-feira, dia 4 de agosto. Nesta tarde o Papa Francisco fez uma breve visita à Porciúncula, em Assis, por ocasião dos 800 anos do “Perdão de Assis”. Na sua catequese aos presentes, centrada no texto de Mt 18, 21-35, o Papa começou por recordar as palavras de São Francisco “quero mandar-vos todos para o paraíso”, palavras com as quais pedia o dom da salvação e da vida eterna para todos.

O paraíso – disse Francisco – é este mistério de amor que nos liga para sempre a Deus numa contemplação sem fim, uma fé que a Igreja professa desde sempre quando afirma que acredita na comunhão dos santos:

“Na vivência da fé, nunca estamos sozinhos; fazem-nos companhia os Santos, os Beatos e também os nossos queridos que viveram com simplicidade e alegria a fé e a testemunharam na sua vida. Há um vínculo invisível – mas não por isso menos real – que, em virtude do único Baptismo recebido, faz de nós «um só corpo» animados por «um só Espírito»”

E São Francisco quando pediu ao Papa Honório III o dom da indulgência para os que viessem à Porciúncula, tinha em mente as palavras de Jesus aos discípulos: «Na casa de meu Pai há muitas moradas …», esclareceu o Papa, sublinhando que a via mestra para alcançar a tal morada no paraíso é o perdão. E porque deveremos perdoar a uma pessoa que nos fez mal? Porque antes fomos perdoados nós mesmos… e infinitamente mais. É isto mesmo que nos diz a parábola: tal como Deus nos perdoa a nós, assim também devemos perdoar a quem nos faz mal – disse Francisco.

E Francisco prosseguiu ressaltando que, como o senhor da parábola, Deus também se compadece, isto é, experimenta um sentimento de piedade combinada com ternura, uma expressão para indicar a sua misericórdia para connosco. O problema surge, porém, quando nos encontramos com um irmão que nos fez um pequeno agravo, e reagimos como o devedor da parábola: «Paga o que me deves!», observou Francisco:

“Neste gesto temos todo o drama das nossas relações humanas: quando estamos em dívida com os outros, pretendemos misericórdia; mas, quando são os outros em dívida connosco, invocamos justiça. Esta não é a reacção do discípulo de Cristo, nem pode ser este o estilo de vida dos cristãos. Jesus ensina-nos a perdoar, e a fazê-lo sem limites: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete».

E o Papa concluiu a sua catequese dizendo que o perdão de que São Francisco se fez «canal» na Porciúncula, continua hoje a «gerar paraíso» e neste Ano Santo da Misericórdia se torna ainda mais evidente que a estrada do perdão pode renovar a Igreja e o mundo.

“Oferecer o testemunho da misericórdia, no mundo actual, é uma tarefa a que nenhum de nós pode subtrair-se. O mundo tem necessidade de perdão; demasiadas pessoas vivem fechadas no rancor e incubam ódio, porque incapazes de perdão, arruinando a vida própria e a dos outros, em vez de encontrar a alegria da serenidade e da paz”, concluiu o Papa exortando a todos a pedir a intercessão de São Francisco para sejamos sempre sinais humildes de perdão e instrumentos de misericórdia.








All the contents on this site are copyrighted ©.