Síria na JMJ. Pároco Aleppo: fogo arde sob as cinzas


Aleppo (RV) - Ofensiva dos rebeldes sírios em andamento em Aleppo, Síria, para abrir um corredor para o abastecimento na parte oriental da cidade. No noroeste do país, enquanto isso, caiu um helicóptero russo, mortos os 5 militares a bordo. Sobe para cerca de cinco mil, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, o número de vítimas na Síria somente no mês de julho. E o país, há anos devastado pela guerra, foi o grande protagonista da JMJ em Cracóvia; das orações do Papa ao testemunho comovente de um jovem durante a Vigília. A Rádio Vaticano ouviu o Pároco de Aleppo Frei Ibrahim Alsabagh:

R. - Certamente, através da diocese latina, nós também queríamos enviar um número maior de jovens. No entanto, por causa da guerra não pudemos. E então havia apenas este grupo de jovens, que partiu precisamente da Síria para ir participar da Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia. Bonita também a presença de tantos imigrantes - nos últimos anos muitos deixaram o país -, que encontraram uma maneira para expressar, de um lado, a sua pertença à Igreja Católica, e de outro, o desejo de serem considerados ainda parte deste país martirizado.

P. – Pudemos ver que vocês estavam conectados através da televisão com Cracóvia, desta maneira muitos jovens puderam celebrar a sua Jornada Mundial da Juventude, mesmo se de longe. Nesta conjuntura, os sírios se sentiram ouvidos?

R. - Sim, certamente. Porque também nós celebramos aqui durante esses dois dias, em sintonia com a Jornada Mundial da Juventude e com o Papa: fizemos grandes festas em Aleppo. E essas - podemos dizer - foi quase um "corredor espiritual". Com referência aos corredores humanitários que se abrem nestes dias, podemos considerar toda esta presença e esta conexão como um "corredor espiritual": Isso, de um lado, manifesta um grande amor dos jovens, mas também de todas as pessoas da Síria, para com o Papa, mas de outro, o desejo de confirmar a pertença ao corpo da Igreja Católica em todo o mundo.

P. - A energia da JMJ, mesmo que vivida a distância, dá coragem ao povo cristão de Aleppo?

R. - Não se pode imaginar o que aconteceu e está acontecendo nestes dias na igreja de Aleppo. Parece um fogo sob as cinzas: basta apenas um pequeno sopro para mover todo o fogo, que às vezes parece estar escondido. Precisamente nestes dias houve o encerramento do acampamento de verão com a participação de 350 crianças, realizado por todos os ritos cristãos aqui em Aleppo, e também os dois dias passados ​​em conexão com a Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia. É verdade que estamos vivendo dias realmente muito, muito difíceis: não conseguimos dormir à noite por causa dos muitos bombardeios e às vezes nós realmente somos muito, muito limitados em nossas atividades, mas, ao mesmo tempo se vê uma vontade de vida, uma Igreja viva, que sai sempre, que consegue superar todos os obstáculos e dificuldades para se manifestar. As atividades destes dias dão esperança a toda a população, e especialmente aos cristãos.

P. - Lemos sobre uma nova ofensiva em Alepo de jihadistas aliados aos rebeldes para reabrir um corredor humanitário para a cidade. Qual é a situação?

R. - Nos últimos dias, foi o exército a se mover depois de ter completado o círculo ao redor dos jihadistas que lançam continuamente mísseis contra a nossa cidade. Mas, ao mesmo tempo, foram abertos quatro corredores humanitários, mas sob o controle dos russos e do exército regular. A razão é que muitas vezes os jihadistas se disfarçam entre as pessoas inocentes, entram no meio da multidão para realizar atentados, explosões, uma vez que passam o corredor. O exército teve que assumir o controle direto sobre os corredores só para salvaguardar a nossa segurança nesta parte da cidade. Ontem à noite, os jihadistas fizeram outra tentativa de cortar a estrada principal que liga Aleppo a Damasco, mas foram derrotados pelo exército. (SP)








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