Card. Bagnasco: importante sinal dos muçulmanos contra a barbárie


Roma (RV) – Milhares de muçulmanos entraram em igrejas na França e na Itália este domingo, para participar das Missas. Um sinal de fraternidade após o bárbaro assassinato do Padre Jacques Hamel durante uma Celebração Eucarística. Quase uma resposta ao que disse o Papa Francisco: não é justo associar o Islã com a violência. Ouçamos o comentário a este respeito o Presidente da Conferência Episcopal Italiana Cardeal Angelo Bagnasco:

“Absolutamente não. De fato, logo depois do fato gravíssimo da morte violenta daquele sacerdote na Normandia, os Bispos italianos pediram uma grande ajuda ao mundo islâmico moderado, porque consideramos que a melhor reação é justamente a de uma voz unitária de condenação absoluta e sem hesitação por parte de todo o mundo islâmico moderado. E isto ocorreu precisamente ontem, em muitas partes da nossa Itália, e estamos muito contentes por isto. É um sinal: não é nada mais que um sinal, mas um sinal – repito - muito importante e significativo!”.

RV: Houve setores católicos tradicionalistas que criticaram esta presença de muçulmanos nas igrejas, quer na Itália como na França...

“Realmente, não entendo o motivo. O motivo me parece realmente não existir: é um sinal de uma presença que quer ser uma palavra de condenação, de distanciamento absoluto, claro, por parte de todos aqueles, muçulmanos antes de tudo, mas não somente, que não aceitam nenhuma forma de violência, por nenhuma razão, tanto menos de caráter religioso”.

RV: Na sua opinião, que outras iniciativas poderiam ser tomadas para que os muçulmanos possam sempre mais claramente se distanciar da violência extremista?

“Certamente esta é uma avaliação que eles devem dar. Desejamos que existam outros sinais de condenação por parte dos moderados e dos não-fundamentalistas, porque – volto a repetir – a primeira, a correta, boa e talvez mais eficaz reação a esta barbárie, deve vir antes de tudo deles, enquanto moderados, enquanto não-fanáticos, enquanto pessoas de bom senso em substância. O Ocidente deve fazer a sua parte, antes de tudo no plano espiritual e cultural, porque uma Europa que não tem nada a dizer a ninguém, não pode falar com ninguém”.

RV: Da JMJ de Cracóvia brota uma grande mensagem de confiança.....

“Seguramente, mas não somente de confiança em termos emotivos: seria muito pouco, evidentemente. Uma confiança que, porém, encontrou mais uma vez nas palavras e na presença do Papa um forte impulso e uma grande motivação. E depois pela presença destes jovens, que é uma presença – não obstante o cansaço dos dias, porque é claro que são dias muito empenhativos os das Jornadas Mundiais - de jovens que são sempre e permanecem jovens repletos de alegria, de esperança e de grande seriedade: porque as catequeses que nós bispos fizemos aos vários grupos de jovens, encontraram muita atenção e perguntas por parte deles, muito sérias, muito profundas. Eis o mundo novo que está nascendo, que está indo em frente! Esta é uma grande confiança e uma grande esperança”.

(JE/SC)








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