Presidente da Ucei escreve ao Papa pela visita a Auschwitz


Roma (RV) - A Presidente da União das Comunidades Judaicas Italianas (Ucei), Noemi Di Segni, enviou uma carta ao Papa Francisco em vista da visita que o pontífice fará aos campos de concentração de Auschwitz e Birkenau, na sexta-feira, 29 de julho, durante sua visita à Polônia, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude.

Segundo o jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, Noemi escreve ao Papa em nome dos judeus italianos. A visita a Auschwitz-Birkenau é “um evento muito esperado que chamará  atenção de milhões de pessoas sobre essa página escura da história, uma ferida aberta no coração da Europa e que continua interpelando as consciências de todos aqueles que têm no coração a defesa da paz, da liberdade e da democracia”, ressalta na missiva. 

“Apreciei muito a sua escolha de não fazer um discurso formal, mas concentrar a emoção desta visita tão significativa, ao silêncio longo e intenso. Uma forma de oração que rimbomba e fará ecoar, tenho certeza, os gritos e a dor de muitas crianças, mães, jovens e homens que daquela terra não retornaram. A sua oração que junto com as nossas torna aquela terra de sofrimento um local de culto”, escreve ainda Noemi. 

“A sua visita”, afirma ainda a carta, “se torna um emblema de um percurso introspectivo de redescoberta e defesa dos valores mais profundos, respeito pelo outro e respeito pela vida, que hoje os novos terríveis inimigos parecem colocar em dúvida junto com as conquistas formidáveis que a Itália, a Europa e o mundo inteiro souberam alcançar depois da II Guerra Mundial. Fruto de um pacto entre gerações, nascido depois das cinzas de Auschwitz-Birkenau e de outros lugares de morte daquele período, a democracia, a integração europeia e a existência de Israel são a prova do longo caminho percorrido para não esquecer aquela lição dramática da Shoah e garantir a todos, ninguém excluído, um futuro próspero e melhor”. 

“Nunca como hoje as religiões e seus líderes são chamados a ser um exemplo para todos os cidadãos. Espera-nos um longo caminho de compromisso e colaboração na consciência de que os elementos que nos unem são mais numerosos e mais significativos do que os que nos dividem. Somente assim as terras do extermínio e do ódio poderão assumir a santidade de todos os mártires que, no nome do amor e da tolerância, ali sacrificaram a própria vida”, conclui a Presidente da União das Comunidades Judaicas Italianas. (MJ)








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