2016-07-19 11:20:00

Igreja presente na Conferência sobre o SIDA em Durban


A 21ª Conferência Internacional sobre o SIDA teve início esta segunda-feira (18/07) em Durban, na África do Sul. Em preparação a este evento, organizações católicas se reuniram para debater as suas acções na luta ao HIV.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o assessor especial da Caritas Internacional para HIV e saúde, Mons. Robert Vitillo, observa que a Igreja tem organizado este tipo de pré-conferências há mais de 20 anos, com o propósito de partilhar boas práticas, discutir questões éticas e teológicas específicas à Igreja Católica e rezar pelo trabalho das conferências globais.

Ele recorda que os debates sobre o acesso adequado ao tratamento médico, especialmente nos países em desenvolvimento, começaram  na conferência de 2000 em Durban, onde activistas exigiram o fim da discriminação e da "cidadania de segunda classe" para as pessoas infectadas pelo HIV nos países mais pobres.

Grupos confessionais, constata Mons. Vitillo, continuam a desempenhar um papel fundamental, fornecendo muitas vezes até 50% do tratamento médico em alguns países. Em particular, ele observa que a Igreja oferece tratamento às pessoas nas zonas rurais, onde frequentemente os programas de governo não chegam. Ele acrescenta que os grupos confessionais oferecem programas integrais, não apenas tratando os sintomas físicos, mas também lidam com situações sociais, criando grupos de auto-ajuda e auxiliando viúvas e órfãos.

Em particular, Mons. Vitillo aponta para o papel da Igreja Católica na vanguarda de um melhor tratamento pediátrico para as crianças, recordando que a Caritas Internacional e outros grupos convidaram especialistas da ONU e de governo no Vaticano, em abril passado, para elaborar um plano de acção para lidar com as necessidades específicas das crianças.

Entretanto, um recente comunicado do UNICEF indica que de 2000 até hoje duplicou o número de mortos por SIDA de jovens  entre os 15 e os 19 anos ressaltando ainda que, em 2015, em cada hora, 29 novos contágios de HIV era entre os jovens.

"Depois de todas as vidas salvas graças a prevenção, cuidados e tratamento – lê-se no comunicado - depois de todas as batalhas ganhas contra o preconceito e a ignorância em relação a esta doença, depois de todas as grandes metas alcançadas, a nível global o SIDA ainda é a segunda causa de morte para todas as pessoas entre os 10 e os 19 anos, e a primeira em África.

O comunicado do UNICEF recorda, a concluir, que “os progressos feitos nos últimos 30 anos não significam que a nossa luta terminou, a batalha contra o SIDA não será concluída até que não renovemos o empenho para a prevenção e a cura, até alcançarmos todos os jovens que não podem receber os benefícios a que milhões de pessoas antes deles tiveram acesso, até que o estigma social e o medo não forem eliminados para que muito mais jovens queiram finalmente submeter-se ao teste”.








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