Filipe Neri, o "louco de Deus": concluem-se as celebrações pelos 500 anos do nascimento


Roma (RV) –  Em 21 de julho de 2015 abriam-se solenemente em Florença as celebrações do V Centenário de nascimento de São Filipe Neri, festejado pela Congregação do Oratório no decorrer destes 12 meses, com um estilo de sobriedade inspirado na simplicidade do Santo, que foi “extraordinário” não somente na forma como viveu sua ordinária existência, como leigo por trinta e sete anos e sacerdote pelos restantes quarenta e quatro.

Não faltaram iniciativas religiosas e culturais de grande valor ao longo deste ano ano, como por exemplo o simpósio  “Lauda filipina”, iniciativa da Congregação e do Pontifício Instituto de Música Sacra. Ou publicações: entre as reedições, a ‘Vida de São Filipe Neri’, do oratoriano Cardeal Alfonso Capecelatro, ou a tradução em alemão da ‘Escola do grão mestre do espírito, São Filipe Neri’, de Giuseppe Crispino.

Entre as novas publicações, um pequeno livro de 38 páginas, 5 das quais com imagens, obra de Simone Raponi, um jovem do Oratório de Roma. Seis pequenos capítulos que delineiam um entusiasmante retrato de São Filipe Neri, o “louco de Deus”, como é dito no final do título, com um genitivo do qual ao final da leitura se desvela claramente o valor: um louco que pertence a Deus, ou um homem que é “louco de Deus?”.

O perfil de Filipe que emerge é completo. A brevidade do texto nada subtrai do conteúdo, rico de referências também  históricas e culturais. Com grande cuidado o autor colhe o essencial e o comunica com um texto claro que torna a leitura agradável.

Filipe Neri está na sua totalidade nestas seis “pinceladas” de cores vivas: a serenidade do reformador, a alegria do discípulos, a liberdade do homem, a sapientia cordis do mestre, a genialidade do fundador, a “loucura” do místico.

“A administração dos Sacramentos e a promoção do culto sagrado alicerçadas no desejo de perfeição nas virtudes e nas práticas de piedade e oração são o fundamento sobre o qual se desenvolve a obra de Filipe, verdadeiro protagonista da penetração da Reforma de Trento no vivo tecido da sociedade romana. (...)

A evangelização que Filipe realiza na Urbe marcada pelo exercício gradual e positivo de reconhecimento da natureza da própria liberdade.  Ele se desdobra, confortado pela graça do Espírito, com o viver a liberdade humana como progressiva dependência da liberdade absoluta que não está na exterioridade, mas sim na raiz do nosso próprio ser.

Para Filipe, a vida do Espírito deve desdobrar-se em uma relação pessoal, e junto sacramental e eclesial, com Deus mediante a conformidade em Cristo. A loucura do Santo aparece como epifania do pazer extemos por Deus, isto é, do agostiniano delectatio victrix que triunfa “subversivamente” sobre o dever: amar loucamente Deus em vista de uma plenitude de vida e não da satisfação de ter cumprido um dever”.

Estes são alguns trechos do texto que requer 15 minutos de leitura e sucessivos dias de reflexão.

 

(JE/Osservatore Romano)








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