O perdão de Assis e a Indulgência plenária da Porciúncula


Assis (RV) – Realiza-se na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, nesta sexta e sábado (15-16/7), um encontro sobre o tema “O perdão de Assis e as indulgências plenárias”, por ocasião do VIII Centenário da Indulgência da Porciúncula (1216-2016).

Origem

A origem da Indulgência da Porciúncula deu-se assim, segundo o testemunho de Bartolomeu de Pisa: “Certa noite, do ano do Senhor de 1216, Francisco estava compenetrado na oração e na contemplação na igrejinha da Porciúncula, perto de Assis, quando, repentinamente, a igrejinha ficou repleta de uma vivíssima luz. Assim, Francisco viu Cristo sobre o altar e, à sua direita, a sua Mãe Santíssima, circundados de uma multidão de anjos. Francisco, em silêncio e prostrado no chão, adorou a seu Senhor. Então, perguntaram-lhe o que ele desejava para a salvação das almas. A resposta de Francisco foi imediata: “Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um mísero pecador, vos peço, que a todos os que, arrependidos e confessados, virão visitar esta igreja, possam receber um amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de todas as culpas”. O Senhor lhe disse: “Ó Irmão Francisco, o que me pede é algo de grandioso, mais você é digno de coisas maiores e as obterá: acolho, portanto, seu pedido, com a condição de pedir tal indulgência, da parte minha, ao meu Vigário na terra, o Papa”.

Aprovação do Papa

Imediatamente, Francisco se apresentou ao Pontífice Honório III que, naqueles dias encontrava-se em Perugia, ao qual narrou a cândida visão que teve. O Papa o ouviu com atenção e, depois de alguns esclarecimentos, deu a sua aprovação, dizendo: “Por quanto anos você quer esta indulgência”? Francisco, com desapego, respondeu-lhe: “Padre Santo, não vos peço por anos, mas pelas almas”.

Feliz, Francisco dirigiu-se à porta, mas o Pontífice o chamou: “Mas você não quer nenhum documento”? E Francisco respondeu-lhe: “Santo Padre, Deus cuidará de manifestar a obra sua; eu mesmo não preciso de nenhum documento. Esta documento deve ser a Santíssima Virgem Maria, Cristo o Escrivão e os Anjos as testemunhas”.

Poucos dias mais tarde, diante dos Bispos da Úmbria e do povo reunido na Porciúncula, Francisco anunciou a indulgência plenária, dizendo entre lágrimas: ”Meus irmãos, quero que todos vocês vão para o Paraíso!”

Extensão da Indulgência

Mais tarde, com a Bula de 4 de julho de 1622, o Papa Gregório XV estendeu esta grande indulgência a todas as igrejas da Ordem Franciscana e prescreveu que, além da confissão, era necessária a comunhão e a oração pelo Sumo Pontífice.

Em 16 de abril de 1921, o Papa Bento XV estendeu a indulgência plenária do Perdão de Assis a todos os dias do ano, somente na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis.

Este ano, em concomitância com o Ano Santo da Misericórdia, os Frades festejam, na Basílica Santa Maria dos Anjos, o Grande Jubileu do Perdão de Assis no seu oitavo centenário (1216-2016).

Programa

No próximo dia 2 de agosto, o Cardeal Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia, presidirá à la solene celebração Eucarística de inauguração do VIII Centenário do Perdão de Assis.

O tríduo em preparação à Solenidade do Perdão, de 29 a 31 de julho, será presidido pelo Padre Raniero Cantalamessa, capuchinho, Pregador oficial do Vaticano.

Dia 1° agosto: Celebração Eucarística de Abertura da Solenidade do Perdão, presidida pelo Padre Michael Perry, Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores. Procissão da “Abertura do Perdão” e diversas atividades e romarias.

Dia 2 e 3 de agosto: Dedicação da Porciúncula e Solenidade do Perdão; abertura oficial do VIII Centenário do Perdão de Assis.

Enfim, na tarde do dia 4, o Papa Francisco irá como peregrino à igrejinha da Porciúncula, “coração pulsante” da espiritualidade franciscana, situada na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, onde se deterá em oração e pronunciará seu discurso. (MT)








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