Nas Arábias, respeitar as culturas significa merecer acolhida


Dubai (RV*) - Amigas e amigos, com satisfação envio uma saudação das Arábias.

Viver e trabalhar nos Emirados Árabes Unidos, é uma oportunidade única porque permite conviver com a cultura de 10% da população local e com os expatriados de 200 países que constituem 90% do total de pessoas do país. Graças às inúmeras experiências em outras terras, digo-lhes que tenho livre trânsito em todos os grupos. Faço parte de uma comunidade apostólica de 11 pessoas de seis nacionalidades, que é uma fonte de enriquecimento diário.

Diferentemente do turista que viaja para ver coisas, a condição de residente, além de ver, permite experimentar a cultura local de outros países.

A cultura árabe é uma das mais antigas do mundo. Os princípios básicos de respeito em sociedade são mantidos desde o surgimento da civilização. 

É bom conhecer o âmago do povo a fim de evitar perguntas, intervenções e atitudes que, sob ponto de vista deles, podem aparecer como ofensivas. Vejamos alguns pontos fundamentais.

A cultura da sociedade árabe é acolhedora, forte e tradicional. É mundialmente conhecida pelos hábitos conservadores. O povo árabe não costuma expressar os sentimentos pessoais. Problemas particulares, seja entre amigos ou familiares, sempre são mantidos longe dos estranhos; existe uma grande preocupação, em não permitir a outras pessoas saberem o que se passa em suas vidas, bem como não se veem nas ruas de países árabes, pessoas rindo em voz alta.

A privacidade, uma das características mais importantes da sociedade árabe, é visivelmente percebida na construção civil; as casas e prédios costumam ser construídos com paredes bem largas, para proporcionar distância do barulho do trânsito. Uma das considerações mais importantes na construção, é a garantia de que seus moradores não verão os seus vizinhos, de nenhuma parte da casa, e vice-versa.  Em visita à casa de um árabe, é recomendável ficar próximo à porta, de maneira que, quando esta se abrir, não seja visível o interior da casa; só tomar a iniciativa de entrar ao ser convidado, pelo anfitrião que estende a mão, com a palma para cima, dizendo: “tifaddal” (“entre”).

Deve-se ter cuidado com as palavras porque elas são analisadas, uma a uma, mesmo que sejam elogios! Um simples elogio a algo do anfitrião árabe, faz com que ele se sinta obrigado a lhe retribuir, mesmo que seja de valor expressivo. É prudente admirar as coisas, mas sem exagero.

Ao ser convidado à casa de um anfitrião árabe, ou para o seu escritório, e for apresentado a uma mulher, seja ela funcionária ou parente dele, não se deve beijá-la. Se ela estender a mão para cumprimentar, cumprimente-a; em outros casos, só a cumprimente com palavras. Nunca comente a beleza da mulher de um árabe, seja ela, a esposa, a irmã, filha ou funcionária. Isto não será visto como um elogio!

O respeito por essas características culturais é o caminho para um bom acolhimento.   Dessa forma, ao entrar em sua cultura, podemos dizer como eles: “As-salam alaykom”, “a paz esteja contigo”.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano








All the contents on this site are copyrighted ©.