O Jubileu da Misericórdia nos Emirados Árabes Unidos


Dubai (*RV) - Em cada país ou região do mundo, as celebrações e atividades ligadas ao Ano Jubilar da Misericórdia têm características próprias. Em alguns países ainda existe a religião de Estado, mas as outras religiões têm plena liberdade de organizar-se e realizar suas atividades religiosas e sociais.

Existem outros cuja religião é uma só, sendo as demais proibidas. Não é permitida a construção de lugares de culto, ficando a prática religiosa confinada às residências e, mesmo assim, deve-se ter muito cuidado para que algum vizinho não denuncie às autoridades. Depois existem Estados totalmente laicos nos quais cada religião cria sua estrutura física e humana ligada às suas características próprias, bastando os alvarás de praxe.

Nos Emirados Árabes Unidos e nos demais países do GCC (Gulf Cooperation Council), exceto a Arábia Saudita, ao mesmo tempo em que têm o Islã como única religião que inspira as leis e instituições, adotou-se certa flexibilidade, ou melhor, tolerância a respeito das outras religiões.

As famílias que regem os Emirados Árabes, generosamente, destinaram áreas de deserto para que nelas as denominações cristãs e as religiões construíssem, lado a lado, suas igrejas e templos, pouco salientes e visíveis. Ritos, cerimônias, programas de formação só podem ser oferecidos dentro do complexo das instituições religiosas.  

Católicos nos Emirados

São oito Igrejas Católicas em todo país, insuficientes para acolher aproximadamente 1 milhão de fiéis.  Algumas têm suas dependências sempre superlotadas, exigindo esquemas próprios para direcionar a multidão que sai de uma celebração litúrgica e orientar aquela que chega.

No Vicariato do Sul da Arábia, o Bispo Dom Paul Hinder deu início, oficialmente, ao Jubileu do Ano da Misericórdia no dia 8 de dezembro de 2015, abrindo a porta principal da Catedral São José, em Abu Dhabi, simbolizando a entrada ao “trono da graça”, inspirando-se na carta aos Hebreus: “Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com plena confiança, a fim de alcançarmos misericórdia, encontrarmos graça e sermos ajudados no momento oportuno” (Hebreus, 4,16).

Para que o maior número possível de pessoas possa atravessar a soleira da Porta Santa, cada igreja do vicariato declarou “santa” uma das portas, no dia e horário em que a porta da catedral estava sendo aberta pelo bispo local. Por ela, os fiéis aproximar-se-ão confiantemente do “trono da graça” para fazer oração pessoal, buscar o Sacramento da Reconciliação e celebrar a Eucaristia.

Nas pregações, os fiéis são lembrados de que precisamos derrubar os muros que nos impedem de chegar a Deus e aos outros. A primeira porta a ser aberta, durante o Ano da Misericórdia, é aquela dos corações, seguida das portas das casas e igrejas.

Pelo fato de a população católica provir de muitos países, as portas das igrejas no Sul da Arábia devem estar abertas para acolher a todos os expatriados com sua forma de celebrar e sua cultura.  A “Porta Santa” foi declarada para que por ela possam passar todas as pessoas que desejam aproximar-se de Deus, encontrando uma comunidade que as acolhe de braços abertos.

A partir das Sagradas Escrituras, as pregações versam sobre o exercício da misericórdia, convidando a dar testemunho cristão, na sociedade do país, conscientes de que o exemplo é o único meio eficaz de evangelização num país islâmico.

“Um pouco de misericórdia torna o mundo menos frio e mais justo” (Papa Francisco).

*Missionário Pe. Olmes Milani CS.
Dubai – Emirados Árabes Unidos.








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