Mensagem do Papa entrou na alma do armênios, diz Dom Minassian


Yerevan (RV) - Há pouco mais de uma semana o Papa retornava ao Vaticano de sua viagem à Armênia. Três dias em que Francisco lançou muitas mensagens: custodiar a memória - fonte de paz no futuro - reconciliação mas, sobretudo, uma homenagem ao primeiro país cristão no mundo.

A Rádio Vaticano entrevistou Dom Raphael Minassian, Ordinário para os Armênios Católicos da Europa Oriental:

"A mensagem do Santo Padre chegou, entrou imediatamente no coração de todo o povo armênio, também da diáspora: falamos de uma mensagem direta ao coração de 13 milhões de armênios no mundo. Ele veio para o primeiro povo cristão, que durante todos estes séculos conseguiu resistir a todas as tentações da vida de um povo. O genocídio foi já proclamado em 12 de abril de 2015 e, portanto, não era este nem o objetivo, nem a meta da visita do Papa. É antes sim, esta ligação espiritual de um pastor pelo rebanho de Jesus".

RV: A memória do passado para desarmar as vinganças, os confrontos, para levar o perdão e a reconciliação. Dom Minassian, foi forte a mensagem do Papa?

"Você tem perfeitamente razão, porque nesta mensagem havia o trabalho pela paz, o trabalho da unidade no testemunho evangélico. E isto vem justamente do coração do pastor que sabe onde vai e por que motivo vai. Estra mensagem chegou também às almas de todos aqueles que o encontraram, o escutaram e o viram, mesmo somente pela televisão. Eu não esperava ver estas pessoas, este povo tão ardoroso na sua fé, que conseguiu expressá-la completamente na pura simplicidade, na sua pobreza, com os sacrifícios, porém, estava presente. A presença na Missa do Santo Padre, em 25 de junho, foi baseada num grande sacrifício, porque vocês não conhecem o povo e como vive, vivem todos nos povoados, mas vieram, deixaram suas famílias, suas vacas, suas ovelhas, o trabalho cotidiano, para vir e ver e sentir e tocar o Papa. Este é um grande sinal da fé popular".

RV: Em seus pronunciamentos, o senhor agradeceu diversas vezes o Papa...

"É verdade. Eu usei o agradecimento em todas as minhas palavras, mas em cada agradecimento meu, havia um desejo, um modo de expressar e de pedir para continuar esta ligação. Foi dado um primeiro passo, agora é conosco. A mensagem era para nós, para nós clero. E aqui não faço diferença entre armênio católico e apostólico, todo o clero é chamado ao serviço das almas. Este passo do Santo Padre na Armênia é um chamado ao serviço profundamente ativo. Um primeiro passo que mudou a amizade, a fraternidade entre o clero católico e apostólico. Isto aconteceu: apagamos todo o passado com esta colaboração junto ao serviço do Santo Padre, o Santo Padre está a serviço de todo o povo".

RV: Em setembro, o Papa irá ao Azerbaijão. Que frutos se pode esperar?

"Primeiro: o Papa é livre de ir onde quer. Segundo: também o falar com o inimigo é um passo positivo para uma paz internacional. Eu creio sempre no otimismo, porque em cada contato existe um ponto positivo".

RV: Difícil olhar com este mesmo otimismo para a Turquia, depois das fortes críticas feitas pelo Papa...

"As pessoas são livres de criticar e de expressarem-se no modo como desejam. Como pai espiritual de toda a Igreja Católica no mundo, o Papa tem o dever de dizer a verdade e ir em frente. A missão é a de dizer a verdade. Nós devemos defender as pessoas que têm necessidade de nossa assistência e depois, os outros são livres de expressarem-se como querem. Não é nossa preocupação o que dirão de nós: a nossa preocupação é o que dirá de nós o nosso Salvador Jesus, se realizamos o nosso dever ou não. As outras coisas são secundárias".

(JE/FS)








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