2016-07-04 12:44:00

Jorge C. Fonseca - Caboverdianos em Itália estão mais maduros


Jorge Carlos Fonseca era ainda muito jovem quando, em 1976, veio a Roma para, na qualidade de Encarregado da Emigração e Serviços Consulares, se encontrar com a comunidade caboverdiana e ajudá-la a enquadrar-se na óptica da independência que Cabo Verde acabava de conquistar a 5 de Julho de 1975.

Encontrou uma comunidade de mulheres que lhe apresentaram diversos problemas: documentação, assistência social, informação das ilhas e, não menos importante, o desequilíbrio de género que criava o facto de essa comunidade ser, na altura, quase 100% feminino.

Nessa comunidade, começava a dar os seus primeiros passos Maria de Lourdes de Jesus que viria a ser uma das figuras de referência na promoção da integração dos caboverdianos em Itália e do seu relacionamento com Cabo Verde. 

Em Julho de 2016, Jorge Carlos Fonseca veio a Roma na qualidade de Presidente da Republica. Foi a sua segunda visita como Chefe de Estado.

Encontrou uma comunidade mais madura, com muitas associações e condecorou Maria de Lourdes de Jesus com a Primeira Classe da Medalha de Mérito que lhe fora atribuído em 2015 no âmbito dos 40 anos da Independência de Cabo Verde. Um "reconhecimento da inegável e inequívoca contribuição das nossas comunidades emigradas para a realização progressiva da sociedade sonhada pelos nossos ancestrais" - lê-se no Decreto Presidencial relativo a essa homenagem. 

Maria de Lourdes considera que é um reconhecimento a essa comunidade, que goza de boa reputação na Itália pelo seu comportamento, trabalho e mesmo contribuição para o enquadramento legislativo e social da questão das migrações em Itália. Mas resta muito por fazer. E acha que as autoridades caboverdianas deveriam estribar-se mais nesta boa imagem dos seus conterrâneos para exigirem um pouco mais deste país europeu para a integração dos caboverdianos. 

Jorge Carlos Fonseca prometeu, por seu lado, levar as preocupações da comunidade ao Governo.

Em entrevista à Rádio Vaticano O Chefe de Estado falou também da Magistratura de influência que procurou desempenhar nestes cinco anos dos seu primeiro mandato à frente da Nação caboverdiana, procurando ser um “Presidente junto das pessoas”, não sendo nem cego, nem surdo à situação do povo. 

Já com as eleições presidenciais marcadas para 2 de Outubro de 2016, Jorge Carlos Fonseca, não exclui a possibilidade de vir a recandidatar-se, uma vez que as sondagens tem revelado um alto índice de agrado do seu desempenho, mas há outros factores a ter em conta – explica – dizendo que não vai demorar em revelar as suas intenções.

Oiça aqui na rubrica “África. Vozes Femininas” as palavras de Maria de Lourdes de Jesus e do Presidente, Jorge Carlos Fonseca.

(DA) 








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