Concílio Pan-Ortodoxo: Bartolomeu agradece ao Papa e apela à unidade


Atenas (RV) - Com um “cordial obrigado” ao Papa Francisco - que no Angelus deste domingo recordou e rezou uma Ave Maria com os fieis presentes na Praça São Pedro pelo “santo e grande Concílio da Igreja Ortodoxa” – o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, abriu na manhã desta segunda-feira em Chania, na Ilha grega de Creta, os trabalhos do Concílio Pan-Ortodoxo. Antes de se pronunciar na abertura dos trabalhos,  Bartolomeu recordou a todos que apoiam o Concílio, entre estes, o Papa Francisco.

Entre os participantes do histórico encontro está o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch e o Secretário do dicastério Dom Brian Farrel. No domingo foi celebrada a Divina Liturgia por ocasião da Festa de Pentecostes, celebrada pelas Igrejas que seguem o Calendário Juliano.

Igrejas ausentes reafirmam razões pela não participação no Concílio

Ao tomar a palavra, Bartolomeu recordou aos presentes que “o mundo está olhando para nós” e isto – acrescentou – nos pede “uma responsabilidade ainda maior”. Antes da leitura da prolusão, Bartolomeu referiu-se à ausência das Igrejas de Moscou, Bulgária, Geórgia e Antioquia. Então,  leu as mensagens enviadas pelos Patriarcas Iohannes X de Antioquia e Kirill da Igreja Ortodoxa Russa, em que são reafirmadas as razões da ausência no evento.

Divina Liturgia de Pentecostes

Os Primazes das Igrejas Ortodoxas celebraram no domingo a grande Festa de Pentecostes na Igreja de São Menos, em Heraklion, com uma Liturgia com duração de quatro horas. Tomaram parte na celebração o Patriarca ecumênico de Constantinopla Bartolomeu I, acompanhado pelos Patriarcas Teodoro de Alexandria, Theophilos de Jerusalém, Irinej da Sérvia e Daniel da Romênia; os Arcebispos Chrysostomos de Chipre e Ieronymus de Atenas e de toda a Grécia, o Metropolita Sawa de Varsóvia e de toda a Polônia e os Arcebispos  Anastasios de Albânia e Rastislav da República Tcheca e Eslováquia. Na Liturgia estavam presentes ainda o Presidente da república da Grécia, Prokopis Pavlopoulus, membros do governo e autoridades políticas locais.

Apelo à unidade

Dirigindo-se aos Primazes, aos bispos, clero e leigos, o Patriarca Ecumênico fez um apelo à unidade da Igreja. “Hoje é também um dia em que clamamos ao Paráclito e imploramos a ele para que venha e permaneça entre nós, nos proteja na sua verdade e santidade, segundo a oração dolorosa do Senhor no Jardim do Getsêmani”. A oração de Jesus pela unidade dos que creem é “a exigência  primordial da humanidade em um mundo dividido”.

Caminho da unidade exige sacrifício e muito trabalho

“Independente de nossas diferenças – afirmou Bartolomeu – nós ortodoxos devemos sublinhar que o único caminho a ser tomado no mundo é o da unidade. Certamente, este caminho exige um sacrifício vivo, muito trabalho e requer uma dura luta para não nos afastarmos. É certo que este Concílio dará uma contribuição nesta direção, estabelecendo – por meio da consulta no Espírito Santo e do diálogo franco e construtivo – um clima de confiança e de compreensão recíproca”. “A nossa missão é a unidade da Igreja Ortodoxa e de seus fieis”, reafirmou o Patriarca.

Mundo tem sede de uma mensagem de verdade, pureza e esperança

“Deixando de lado os problemas causados pelas nossas diferentes origens étnicas, imploramos o Paráclito para que desça sobre nós, para que iluminados por Aquele que é a luz e vida e fonte espiritual de sabedoria, possamos dirigirmo-nos ao mundo que tem sede de uma mensagem de verdade, pureza e esperança”. (JE)








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