Card. Parolin: Igreja ucraniana aberta a todos a integrar várias culturas


Cidade do Vaticano (RV) - Prossegue a viagem do cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, à Ucrânia, para levar a solidariedade do Papa Francisco à população que sofre o conflito existente no país do Leste europeu. A agenda do purpurado tem sido repleta de compromissos.

Na manhã desta segunda-feira, o Cardeal Parolin visitou em Kiev, capital do país, o sacrário do Soldado desconhecido, encontrando em seguida, na Concatedral de Santo Alessandro, os pobres assistidos pelos Oblatas de Maria Imaculada. O cardeal almoçou, na nunciatura apostólica, com o corpo diplomático.

Dois eventos importantes marcaram, no domingo, o dia do purpurado em Leópolis (oeste da Ucrânia), presente na Divina Liturgia da Igreja greco-católica e no encontro com os seminaristas da Igreja de rito latino.

Trata-se de uma missão humanitária, com desdobramentos políticos e religiosos, que o secretário de Estado vaticano quis confiar ao Espírito Santo, durante a celebração de Pentecostes com os irmãos da Igreja greco-católica.

Invoquemos ao Espírito Santo “grande artífice de paz” – disse o purpurado – “que ponha fim a todo ódio e rancor” entre “aqueles que habitam esta terra” “amada por Deus”.

Falando aos seminaristas de rito latino, o Cardeal Parolin descreveu a Ucrânia um país “rico de expressões culturais, reflexo de várias identidades étnicas, nacionalidades e tradições religiosas. Uma Igreja “minoritária”, mas “bem radicada” “em todas as regiões” “das quais se sente parte”, “aberta a todos”, “num contexto de pluralidade e liberdade religiosa”, que “longe de favorecer o proselitismo”, enriquece a proposta eclesial”, recordou.

“Uma presença histórica e uma realidade em evolução” de miscigenação cultural”, que requer de seminaristas e formadores um estudo rigoroso do passado”: “das raízes bem compreendidas” até “um conhecimento claro, documentado e aprofundado do contexto cultural da Ucrânia de hoje”.

O país de vocês precisa propriamente disso para abrir-se “a horizontes sempre mais vastos”. “Um nacionalismo exasperado, que interpreta a si mesmo como única autêntica representação da identidade nacional, na realidade – explicou o Cardeal Parolin – é fruto de um complexo de inferioridade que não sabe aceitar a multiformidade” como “instrumento extraordinário de crescimento”.

Daí, o premente convite do purpurado aos seminaristas, a “jamais ceder à tentação” de fechar-se “num gueto”, vindo a faltar “ao chamado a integrar a Ucrânia não somente espiritualmente, mas também culturalmente, naquele processo de intercâmbio que hoje é sinal da maturidade dos povos”.

Por fim, o purpurado deixou algumas recomendações pastorais: “Vocês devem buscar as pessoas, frequentá-las, ouvi-las pacientemente e sabiamente aconselhá-las”.

Saiam de suas casas e vão vocês mesmos ao encontro daqueles que buscam o rosto de Deus e talvez ainda não tenham conseguido encontrá-lo na Igreja”. Fujam de “uma vida cômoda e bem retribuída”, “fechada num egoísmo sem alegria e esperança”.

E sobre o celibato exortou-os: que seja fecundo e não se torne “um peso para vocês”, “para os outros”, que sofrerão as consequências de suas frustrações”. Daí, a advertência: “eduquem a afetividade de vocês, sem medo das provações e da fraqueza, mas com grande transparência e verdade”. (RL)








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