Há 40 anos, massacre de Soweto marcava fim do apartheid


Johanesburgo (RV) - Em 16 de junho de 1976, Soweto, uma das zonas residenciais mais populosas da África do Sul, foi palco de confrontos que provocaram centenas de mortos e levaram muitas pessoas a abandonar o país. Os estudantes negros protestavam contra a política educacional da minoria branca a que tinham que se submeter.

Uma peregrinação da Maibane High School até o Orlando Stadium de Soweto, reunindo milhares de estudantes, recordou os mortos e feridos e prestou homenagem a todos que lutaram pela liberdade e a democracia no país.

"Este ano recorre o 40° aniversário. Uma data - recordou o Secretário Geral do Conselho Mundial de Igrejas, Olav Fykse Tveit, durante sua visita à África do Sul - que marca o início do fim do apartheid"

Com as primeiras eleições democráticas de 27 de abril de 1994 e a eleição à presidência de Nelson Mandela, foi aprovada um anova Constituição que sanciona a exclusão de qualquer discriminação baseada na raça.

"A África do Sul - acrescentou Fykse Tveit - ousa dar novas passos ruma a justiça, o perdão e a reconciliação. Em Soweto cantamos, rezamos e choramos juntos. Ouvimos palavras de pedido de perdão, vimos o estender a mão em sinal de paz, perdão e reconciliação nas comunidades, ouvimos pedidos para o fim das desigualdades, da pobreza e da corrupção".

Antes de Soweto, o Secretário Geral do WCC encontrou  na Cidade do Cabo o Arcebispo Emérito Desmond Tutu - ex-Primaz da Comunhão Anglicana na África do Sul durante o apartheid e vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1984 - e visitou a cela onde esteve detido por 27 anos Nelson Mandela.

Fykse Tveit e Desmond Tutu trataram de numerosos temas, entre os quais a situação na África do Sul em vista das eleições administrativas, o seu papel no continente africado e a situação no Oriente Médio.

Ademais, os dois líderes trataram da questão dos refugiados. de fato, 300 mil pessoas provenientes de outros países africanos buscam refúgio no país, alimentando a xenofobia em alguns setores da sociedade. Em abril passado, 74 pessoas morreram vítimas da onda crescente de violência contra os migrantes.

Há pouco menos de três anos da morte de Mandella, o espírito "ubuntu" (fraternidade) parece ter-se perdido. "Nos deram abrigo quanto tínhamos necessidade durante a nossa luta", disse Tutu a Tveit referindo-se ao período em que diversos países africanos acolheram exilados da África do Sul. "Sem o apoio da família ecumênica internacional - acrescentou o Arcebispo anglicano - não teríamos nunca vencido aquela luta". (JE/Osservatore Romano)








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