Bruxelas (RV) - Os bispos da Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (Comece) apresentaram em Bruxelas, na Bélgica, o documento “Promover a paz no mundo, vocação da Europa”.
“A primeira tarefa de uma autêntica política europeia de paz deve consistir na promoção da paz preventiva e na transformação dos conflitos violentos com os instrumentos da justiça”, sem “negligenciar a dimensão do projeto de integração europeia em matéria de segurança e de defesa comuns, paralelamente aos esforços a serem feitos para criar as condições de um desarmamento também nuclear na Europa e no mundo.”
Ajudar a política
Reportado pela agência Sir, o texto foi apresentado com o objetivo de “ajudar os políticos na elaboração das recomendações finais em matéria de paz e de segurança na pauta do Conselho europeu do final de junho”.
Na apresentação do documento tomaram a palavra o bispo auxiliar de Malines-Bruxelas e vice-presidente da Comece, Dom Jean Kockerols, e o general de brigada do Estado Maior da União Europeia, Heinz Krieb.
União Europeia tem vocação para a paz
Efetivamente, a nova estratégia global em matéria de política externa e segurança da União Europeia não poderá prescindir do fato que a União é um projeto de paz: para “estar à altura da sua vocação”, ela deve “reforçar os laços entre instrumentos de política interna e externa” e alcançar maior “coerência e homogeneidade”, coordenando “orientações políticas e recursos econômicos”, ressaltam os prelados.
Em particular, a Comece evoca a importância de uma política europeia capaz de prevenir e consolidar a paz, transformando “os germes de um conflito potencialmente violento” evitando o recurso à força.
Enfrentar as raízes da radicalização e promover a justiça
Por exemplo, no caso do terrorismo fundamentalista, o Relatório reitera que é necessário “eliminar os fluxos financeiros internacionais destinados a fins terroristas”, melhorar a informação e cooperação entre os 28 Estados membros e países terceiros, “enfrentar as raízes sociais, políticas e religiosas da radicalização, sobretudo entre os jovens”, e apoiar o papel dos líderes religiosos.
Trata-se de um “primeiro pilar” que deverá reger toda a estratégia da União Europeia para a segurança e defesa.
O segundo, por sua vez, é o da justiça: cada aspecto da crise mundial deve ser levado em consideração e o “desenvolvimento humano, socioeconômico e ambiental deve ser promovido como vetores indispensáveis da paz”.
Fiscalização mais eficaz no mercado das armas
Por fim, o terceiro pilar diz respeito à segurança: a esse propósito, os bispos europeus se expressam “por uma adesão prudente ao aprofundamento da dimensão da defesa e da segurança comuns do projeto europeu”, em relação ao qual os Estados dever ser deixados livres para aderir ou não.
Qualquer “intensificação da cooperação europeia” neste âmbito deverá respeitar o direito internacional e suas instituições e “não deverá alimentar uma dinâmica armamentista”.
A esse propósito, os votos dos bispos da Comece é de que haja regras “mais eficazes e coerentes” na “fiscalização das exportações de armas”. (RL)
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