Beatitude Shevchuk: Francisco, um pai que quer bem à Ucrânia


Cidade do Vaticano (RV) - Prossegue a visita do Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, à Ucrânia. Esta sexta-feira (17/06), o purpurado presidiu à santa missa na Concatedral de Santo Alessandro, encontrando em seguida o Presidente  Poroshenko e as máximas autoridades institucionais do país de Leste europeu. Entrevistado pela Rádio Vaticano, o líder da Igreja greco-católica ucraniana, sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, fala com gratidão da proximidade mostrada pelo Papa Francisco à sorte de um país vítima de uma guerra esquecida:

Dom Shevchuk:- “Em primeiro lugar, é um sinal da solidariedade pessoal do Santo Padre: não das estruturas, não das ideias abstratas, mas de um pai que quer bem a seus filhos que estão na Ucrânia. Esse afeto vale mais do que qualquer ajuda material ou financeira. Em segundo lugar, mediante essa ação humanitária, o Santo Padre dirige um forte apelo a acabar com a guerra, porque não podemos curar os feridos, não podemos curar os atingidos se não curamos a causa desse sofrimento. Propriamente dessas palavras que o Cardeal Parolin dirigiu ao Conselho das Igrejas aqui em Zaporizia, acolhemos esse apelo à paz, ao respeito às fronteiras ucranianas internacionalmente reconhecidas a nível internacional. O caminho rumo à paz é o diálogo, a negociação e a via diplomática: não há possibilidade de uma solução militar. Em terceiro lugar, também mediante essa ação o Santo Padre nos chama a ser Igreja em saída. Agora devemos sair para buscar aqueles que sofrem.”

RV: O senhor apreciou as palavras do cardeal, quando falou de uma guerra esquecida pela Europa e de uma guerra que vai além dos confins da Ucrânia...

Dom Shevchuk:- “Foi muito importante ouvir este termo ‘a guerra esquecida’, porque há quase um ano que utilizo esse termo. Quando o Santo Padre anunciou essa coleta em favor da Ucrânia, muitos na Europa foram tomados de surpresa e diziam: ‘Por que? A guerra na Ucrânia não acabou?’ São muitos os conflitos no mundo dos quais a Europa comumente não tem consciência: estamos vivendo a maior crise humanitária neste continente desde o fim da II Guerra Mundial. Nosso país está em reconstrução, por isso nós católicos aqui na Ucrânia estamos trabalhando com as autoridades ucranianas para explicar-lhes o que significa hoje a autoridade moral do Santo Padre. Esperamos que esses encontros possam favorecer também os contatos diplomáticos para resolver o conflito em nosso país.” (RL)








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