Aberto em Roma Congresso diocesano dedicado à família


Cidade do Vaticano (RV) - Foi aberto esta quinta-feira, às 19h locais, com o discurso do Papa Francisco na Basílica de São João de Latrão, o Congresso da Diocese de Roma com o tema “A alegria do amor: o caminho das famílias em Roma à luz da Exortação apostólica Amoris laetitia”. Entrevistado pela Rádio Vaticano, o vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, nos fala sobre o tema do Congresso diocesano:

Cardeal Agostino Vallini:- “Esta escolha é um ato providencial. A ‘Amoris laetitia’ é o fruto de dois Sínodos e é, portanto, a conclusão pastoral, com um texto muito interessante e também muito corajoso, que o Santo Padre nos oferece; mas para nós é uma escolha providencial porque possibilita desenvolver um caminho do projeto pastoral que, partindo da proposta da fé neste tempo histórico, foi feito mediante etapas. Efetivamente, já tem alguns anos que temos trabalhado o tema da família. Redescobrimos o caminho da Igreja a partir da reproposta da fé, mediante os itinerários de formação para a fé; a etapa da iniciação cristã e o envolvimento dos pais. Hoje a questão da família se alarga a todas as famílias, com uma pastoral – diria – mais ampla e, justamente, a ‘Amoris laetitia’ nos permite incidir com uma ação evangelizadora mais corajosa e mais contundente e de apoio às famílias. Trata-se de um plano providencial, cujo intento de projeto é realmente belo. Fazemos votos de que tenha bom êxito.”

RV: A seu ver, quais são hoje as dificuldades na evangelização voltada para as famílias?

Cardeal Agostino Vallini:- “As dificuldades são muitas. A primeira delas é a vida frenética das famílias; a segunda é que há uma necessidade enorme de repropor a fé e não somente no momento da família, mas desde quando se nasce. Eis o motivo porque o tema da iniciação cristã, que parte da preparação dos pais que pedem o Batismo dos filhos e do acompanhamento a viver a vida cristã na fase da adolescência e da primeira juventude, faz de modo que o tema central e a responsabilidade de formar para a fé seja justamente, sobretudo, o tema da família.”

RV: Por que – a seu ver – quando se fala de família por vezes se assiste a confrontos ideológicos, como se houvesse quem é a favor e quem é contra, e não se é capaz, ao invés, de serem todos a favor desta realidade que é um alicerce da vida coletiva e da vida individual?

Cardeal Agostino Vallini:- “Expresso-me com palavras que o Papa Francisco usou, quando falando da cultura europeia, disse que ‘a Europa é triste, é envelhecida’. E isso é a cultura iluminista que produziu uma visão da vida, do homem, da pessoa quase reduzindo-a a indivíduo; é claro que também as relações humanas – mesmo no desenvolvimento do respeito recíproco – acabam se tornando um ponto delicado. Se a fé ilumina a relação afetiva, também o nascimento da relação afetiva da qual provem e depois deriva a família – a transmissão da vida, a alegria de uma realidade comunitária qual é a da família –, então é claro que tudo é diferente. Mas o homem precisa de Deus: sem Deus, sem ver a força que vem da graça, sem a luz do Evangelho, o homem é mais pobre. Basta ver ou ouvir um telejornal: é um elenco de vulnerabilidades, de fragilidades humanas que nos fazem entender como investir forças pastorais da fé para desenvolver relações humanas – e também a redescoberta da sexualidade na justa medida, da vida de relação familiar e do constituir-se famílias – é algo hoje imprescindível, diria, urgente. Procuramos empenhar-nos nessa linha e o Santo Padre nos ajuda e lhe somos gratos. Espero que também o Congresso diocesano deste ano, como os dos anos precedentes, traga bons frutos.” (RL)








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