Conferência no Vaticano sobre a hanseníase: ainda muitos preconceitos


Cidade do Vaticano (RV) - Apesar de prevenção e cuidados, a cada ano cerca de 200 mil pessoas são afetadas pela doença de Hansen, também conhecida como lepra. E ainda hoje há muitos preconceitos contra esta doença. Esta questão foi discutida nesta quinta-feira, (09), no Vaticano, em uma conferência organizada entre outros pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde e pela Fundação Nippon. O objetivo é sensibilizar a opinião pública na véspera do Jubileu dos enfermos.

Doença de países pobres

A hanseníase é causada por uma bactéria, não muito contagiosa e debelável com um antibiótico, que porém pode atingir se as defesas imunitárias são baixas. Desnutrição e falta de higiene facilitam este processo. Uma doença erradicada no Ocidente, mas ainda viva nos países mais pobres. Desde a antiguidade as pessoas com hanseníase foram marginalizadas, excluídas da sociedade. E, infelizmente, ainda hoje, essas discriminações são difíceis de combater. O Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e  Disciplina dos Sacramentos afirmou que “para muitas das pessoas afetadas pela hanseníase, o estigma moral e as práticas de exclusão são parte de um legado que ainda não foi erradicado”.

Cerca de 200 mil afetados todo ano

Cerca de 200 mil as pessoas afetadas a cada ano, mas que se tratadas a tempo e com os medicamentos certos podem se curar. Dominique da La Rochefocauld Montbel, da Ordem de Malta:

“Creio que a situação atual nos leve a estarmos alertas. Obviamente, a doença de Hansen é considerada, hoje, como uma endemia regional, mas isso é fonte de grande preocupação, porque trata-se de pessoas, e não de números. São cada vez menos as pessoas a quem são diagnosticadas a doença e isso nos dá a esperança de que esta doença está recuando; mas, apesar disso, a cada ano descobrimos centenas de milhares de pessoas que têm esta doença, e estamos falando de vidas completamente destruídas. Eis porque creio que a consciência é extremamente importante e que devemos mantê-la alta. Este simpósio, que reúne muitos profissionais no campo, é uma boa oportunidade para chamar a atenção para essa consciência e unir forças na luta para erradicar completamente este endemia”.

O Simpósio internacional sobre o Mal de Hansen - reúne 230 especialistas de 45 países – pretende compartilhar experiências e formar uma rede que possa responder a um tríplice desafio: reduzir a enfermidade, assistir os doentes e famílias e reintegrá-los na sociedade.

Brasil e Índia ocupam o topo da lista dos países com o maior número de doentes. (SP)








All the contents on this site are copyrighted ©.