Educação sexual em escola católica? Sim, com Amoris Laetitia

Roma (RV) – A escola deve ensinar a viver e amar. E como texto de educação sexual, poderia utilizar a Exortação pós-Sinodal Amoris Laetitia do Papa Francisco. Palavras do Reitor da Universidade Lateranense Dom Enrico dal Covolo, ao pronunciar-se na Escola Bisazza, de Messina, no encontro sobre o tema “A misericórdia, rosto de Deus”. O pronunciamento de Dom Dal Covolo foi concentrado na relação entre misericórdia e escola.

Escola desvinculada da vida é alienante

Citando o filósofo Edgar Morin e o seu livro “Ensinar a viver. Manifesto para mudar a educação”, o prelado e teólogo recordou que a primeira missão da escola é a de ensinar a viver e, em particular, a viver com os outros. “Eu considero, de fato ' disse ele - que uma escola desvinculada do mundo do trabalho é inadequada no seu papel, mas uma escola desvinculada da vida é danosa e alienante”.

Escola-solidariedade

Neste contexto, o Reitor da Lateranense fez duas sugestões às escolas, em particular as católicas: “Primeiro. Que a alternância escola-trabalho se traduza também em formas de alternância escola-solidariedade”, isto é, “por meio de projetos concretos que coloquem os estudantes em contato com o rosto de quem sofre os males do corpo e do espírito”. Em outras palavras, “parafraseando expressões conhecidas do Papa Francisco gostaria de dizer: que a escola não olhe o mundo que sofre a partir de um castelo de vidro”.

Educar para o amor

Na segunda sugestão, Dom Dal Covolo deseja que “a escola acolha o convite extraordinário que o Papa nos dirigiu com força na Amoris Laetitia de  educar para o amor”. A misericórdia – reiterou – deve ser uma expressão do amor.

Neste contexto, “digo um sim, portanto, à educação sexual nas escolas católicas, que tenha a Amoris Laetitia como livro texto”, defendeu o prelado. À luz, também do Concílio Vaticano II, que já nos anos 60 – como recordou precisamente a Amoris Laetitia – havia sugerido uma educação sexual nas escolas. (JE/Ansa)