Diálogo inter-religioso, tema relevante do Magistério do Papa


Cidade do Vaticano (RV) - “Não é exagerado dizer que o Papa Francisco não passa um dia sem fazer referência à importância do diálogo inter-religioso.” Foi o que disse o secretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Dom Miguel Ángel Ayuso, em pronunciamento em Castel Gandolfo – localidade próxima de Roma – na “Escola para o Diálogo Inter-religioso”, cuja inciativa é promovida pelo Movimento dos Focolarinos, que desde esta quinta-feira até o próximo domingo (29/05) está reunindo delegados de vários países do mundo.

Diálogo inter-religioso não é luxo, mas necessidade

“Todo o ensinamento do Papa Francisco é um a exortação a construir pontes e não muros, a olhar com misericórdia para a vida dos outros, a ter compaixão pelo pobre, a trabalhar juntos pelo bem da nossa casa comum que é a Criação”, explicou Dom Ayuso, reportado pela agência de notícias Sir.

E acrescentou: “as divisões do mundo, além das divisões religiosas, solicitam o diálogo, impõem-no como instrumento indispensável para dar passos avante na convivência entre os homens e entre os povos”.

Nessa ótica, Dom Ayuso definiu o diálogo inter-religioso “não como um luxo, mas como algo de necessário e essencial, a serviço do bem comum”.

Violência nasce da mistificação da religião

Efetivamente, construir pontes junto aos irmãos de outras religiões significa “buscar, neles, aliados para prevenir toda guerra, condenar toda e qualquer violência, conscientes de que uma fé sincera em Deus abre para o outro, gera diálogo e age em prol do bem, enquanto a violência nasce sempre de uma mistificação da própria religião”.

O diálogo proposto pelo Papa Francisco tem subjacente “o respeito recíproco que finca suas raízes no reconhecimento da dignidade humana de toda pessoa”, disse ainda o secretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso.

Respeitar o outro em sua dignidade humana

“O respeito pressupõe que você reconheça ao outro o seu valor enquanto ser humano pertencente à única família humana criada por Deus e, por conseguinte, o seu ser filho de Deus, prescindindo de suas convicções ou de seu credo”, acrescentou.

Em seguida, o prelado recordou a decisão do Papa de trazer para Roma, quando da sua viagem à ilha grega de Lesbos (16/04), três famílias de refugiados muçulmanos. “Francisco não fez uma escolha baseado na religião”, ressaltou Dom Ayuso, porque “o Papa busca o ser humano”.

Audiência Papa – Imame de Al-Azhar, encontro sincero carregado de forte mensagem

O secretário do dicastério vaticano deteve-se, ainda, sobre a audiência do Pontífice com o Grão-Imame de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyib, ocorrida na segunda-feira (23/05): um encontro preparado “em cinco anos que exigiu um trabalho paciente”.

Ao final do encontro, o Imame estava muito contente, e nós, muito felizes. Foi além das nossas expectativas”. “O encontro foi sincero” e “a mensagem foi forte”, explicou.

“Agora é importante dar início, imediatamente, a uma relação de colaboração. Existe uma humanidade ferida que precisa ser curada. Como podemos colaborar se estamos divididos?”, questionou Dom Ayuso.

“O mundo precisa destes sinais, precisa ver os líderes religiosos que se encontram para curar a humanidade dos males que a afligem.”

“Devemos alegrar-nos porque este encontro contribui para a construção da paz para o bem de todos, que é a finalidade de todo nosso trabalho”, concluiu o secretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso. (RL)








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