Bispos Japão: exame de consciência sobre responsabilidades do passado


Tóquio (RV) - “Uma agradável surpresa” que pode contribuir “para aumentar o desejo de muitos japoneses de banir as armas nucleares”: com essas palavras, o bispo de Niigata, Dom Tarcisius Isao Kikuchi, comentou, esta sexta-feira (27/05), a visita do presidente estadunidense Barack Obama ao Japão, em particular, a Hiroshima.

A verdadeira paz se alcança com exame de consciência

“A paz verdadeira não pode ser alcançada sem um verdadeiro exame de consciência sobre as responsabilidades do passado”, acrescentou o prelado. “Qualquer ação por um mundo sem armas nucleares é auspiciosa e bem-vinda, mas não se pode seguir adiante sem uma reflexão madura acerca dos ensinamentos que a II Guerra Mundial nos deixou e sobre as medidas a serem hoje adotadas para preservar a paz.”, concluiu Dom Tarcisius.

Renunciar à guerra

Como é compreensível, a Igreja católica japonesa tem particularmente a peito o tema do desarmamento nuclear: nos anos 1995, 2005 e 2015, por ocasião, respectivamente, dos 50, 60 e 70 anos do bombardeio de Hiroshima e Nagasaki e do fim do segundo conflito mundial, os bispos nipônicos constantemente reiteraram seu compromisso não somente em favor da paz, bem como da renúncia à guerra.

Mais recentemente, num documento de 7 de abril passado, os bispos reiteraram sua posição denunciando a entrada em vigor, em 29 de março de 2016, de duas leis que deram a possibilidade, ao exército japonês, de ajudar um aliado em dificuldade num conflito estrangeiro.

Desse modo, dribla-se o artigo 9 da Constituição que proíbe ao País do Sol Nascente o uso da força para resolver as controvérsias internacionais.

Reconciliar-se com a oração e não com os exércitos

“O sofrimento causado pelas armas nucleares vai além de toda e qualquer palavra” – ressaltaram os bispos. “Procuremos não mais repetir aqueles erros, mas como cidadãos do nosso tempo e como cristãos, pensemos seriamente naquilo a que somos chamados. Mediante a oração, e não através das forças armadas, sigamos adiante para construir uma paz baseada na confiança recíproca.” (RL)








All the contents on this site are copyrighted ©.