UE deveria desenvolver papel político mais forte no Oriente Médio, defende Patriarca Twal


Jerusalém (RV) – O Chefe da Delegação do Serviço Europeu para a Assistência aos Palestinos, Sr. Ralph Tarraf, encontrou-se na quarta-feira, 25 de maio, com o Patriarca Latino de Jerusalém, Fouad Twal, para tratar do conflito israelense-palestino e de problemas regionais.

Vale de Cremisan

A delegação europeia prepara-se também para visitar o Vale de Cremisan, onde está sendo construída uma barreira de separação, com a desapropriação de terrenos pertencentes à famílias palestinas, segundo as demarcações de 1967. “Depois de uma suposta vitória diante da Corte Suprema de Israel, a construção do Muro foi retomada no último verão, como reação aos acordos selados entre o Vaticano e o Estado da Palestina”, denunciou o Patriarca. “Nós não acreditamos no assim chamado “motivo de segurança” deste muro; existe de fato mais violência do outro lado do muro de Jerusalém. Este muro não é um muro de proteção”.

Papel político da Europa na região

Ao agradecer aos membros do Serviço europeu para a Assistência aos Palestinos pela iniciativa, o Patriarca observou que “a União Europeia deve desenvolver um papel político maior na região, não somente um papel financeiro”.

O Patriarca e o Sr. Tarraf trataram ainda do conflito sírio, de suas repercussões na região e evocaram o problema de milhões de refugiados que um dia deverão retornar para suas casas.

Somos minoria, mas devemos elevar a voz

O Patriarca Latino ressaltou aos representantes da União europeia, “a importância em consultar os líderes religiosos”, diante das problemáticas da região, pois a realidade in loco é frequentemente muito distante da agenda política. “A nossa voz é fraca, somos somente uma voz, não temos expressão nem militarmente, nem economicamente; não fazemos nem mesmo número, porque somos uma minoria, mas nós continuaremos a levantar a nossa voz, às vezes ouvida, às vezes sufocada porque incomoda. Não podemos permanecer em silêncio e devemos dizer somente a verdade”, enfatizou Dom Twal aos dois diplomatas europeus.

Conflito israelense-palestino

A respeito do conflito israelense-palestino, o Patriarca e o Chefe da delegação europeia reiteraram a necessidade da solução dos dois Estados. O Sr. Tarraf sublinhou a importância de uma “solução negociada”, colocando em evidência o papel “prescritivo” da União Europeias por uma solução “equa e justa” do conflito, com particular referência às “fronteiras de 1967” e de “Jerusalém como capital de ambos os Estados”.

Uma solução “imposta” – alertou o Sr. Tarraf – levaria somente “a uma repetição da violência”. Neste sentido, o Patriarca Latino de Jerusalém acolheu esta posição e pediu aos europeus “para não deixarem sozinhas as duas partes (israelenses e palestinos) nas negociações”, presos a relações assimétricas de poder: de um lado a “superpotência israelense” e do outro “nenhum poder”.

A história mundial e europeia já demonstrou que “o futuro pertence àqueles que abatem os muros” – observou o Patriarca, acrescentando - “Sonhamos com a paz. Estamos condenados a viver juntos, Melhor viver como bons vizinhos que como inimigos eternos”. (JE/MA)








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