Igrejas da Inglaterra e Escócia aprovam Declaração de Columban

Edimburgo (RV) – A quarta-feira, 25 de maio, foi um dia histórico da Assembleia Geral da Igreja da Escócia. Os mais de 700 membros do Sínodo presbiteriano aprovaram por unanimidade a Declaração de Columban, o acordo no qual a Igreja da Escócia e a Igreja da Inglaterra reconhecem-se reciprocamente como Igrejas e comprometem-se em prosseguir no caminho da unidade visível.

A participação nos debates do Primaz da Igreja Anglicana, Justin Welby, tornou ainda mais solene o encontro. Foi a primeira vez na história que o Arcebispo de Cantuária participou da Assembleia Geral da Igreja na Escócia. “Foi um grande privilégio poder dirigir-me aos membros da Assembleia”,  disse Welby  que, brincando, acrescentou: “Enquanto falava, passei a me questionar: mas, realmente estou aqui neste lugar, pronunciando estas palavras? Realmente, é um momento histórico”.

O documento exigiu mais de dez anos de trabalho e prevê, entre outros, a acolhida recíproca dos membros das duas Igrejas e a plena troca dos ministros de culto, hoje possível apenas de forma restrita. A Declaração de Columban, intitulada ao monge irlandês São Colum Cille de Iona, um dos pais do cristianismo céltico, define depois os passos para aprofundar os temas que ainda separam as duas Igrejas, como por exemplo, o episcopado, e para reforçar a colaboração e o testemunho comum na sociedade.

“Estou absolutamente contente pela aprovação do documento – reiterou Welby. Reconhecer-se reciprocamente como Igrejas é um passo importante do qual não pode que derivar um grande impulso rumo a uma profunda comunhão, não somente com a Igreja da Escócia, mas com as Igrejas presbiterianas no mundo inteiro”.

A Declaração de Columban é um convite para refletir sobre a necessidade de superar as fronteiras, quer nacionais como teológicas – defendeu por sua vez a Pastora Alison McDonald, Presidente do lado escocês da Comissão que elaborou o documento e cuidou de sua apresentação para a Assembleia Geral da Igreja. “Como pessoas a caminho somos chamados a superar os limites de denominação e nacionais. Mesmo sendo a nossa Igreja nacional, a nossa missão não está limitada ao serviço dos escoceses, mas insere-se na obra de testemunho dados pelos cristãos em toas as partes do mundo”.

A Declaração de Columban já havia sido aprovada pelo último Sínodo da Igreja da Inglaterra, na qual havia se pronunciado o então moderador da Igreja da Escócia, o Pastor Angus Morrison. (JE/Nev)