2016-05-16 10:13:00

Semana do Papa de 9 a 15 de maio


Nesta “Semana do Papa” destaque para a audiência jubilar de maio neste Jubileu da Misericórdia na qual Francisco exortou os cristãos a viverem atitudes de piedade. Atenção especial também para a Missa e Regina Coeli no Domingo de Pentecostes.

Missionário é aquele que gasta a vida por Jesus

Terça-feira, dia 10 de maio – na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que missionário é aquele que gasta a vida por Jesus. O Santo Padre referiu em particular os mártires afirmando que são a glória da Igreja.

“Iam impelidos pelo Espírito Santo: uma vocação! E quando, nesses lugares, vamos aos cemitérios e vemos as suas lápides: muitos morreram jovens, com menos de 40 anos. Porque não estavam preparados para suportar as doenças locais. Deram a vida jovens: ‘gastaram’ a vida. Eu penso que eles, naquele último momento, longe da sua pátria, da sua família, dos seus caros, tenham dito: ‘Valeu a pena o que eu fiz’.”

“Os nossos missionários, estes heróis da evangelização dos nossos tempos. A Europa que encheu de missionários outros continentes… E estes partiam sem voltar… Creio que seja justo agradecer ao Senhor pelo seu testemunho. É justo que nós nos alegremos por ter estes missionários, que são testemunhas verdadeiras. Eu penso em como foi o último momento deles: como pode ter sido a despedida? Como Xavier: “Deixei tudo, mas valeu a pena!”. Anónimos, foram embora. Outros mártires, isto é, oferecendo a vida pelo Evangelho. Estes missionários são a nossa glória! A glória da nossa Igreja!”

Filhos de Deus reconhecem-se como irmãos

Quarta-feira, 11 de maio – na audiência geral o Papa Francisco propôs uma catequese sobre a parábola do Pai Misericordioso e exortou os cristãos a serem “misericordiosos como o Pai”.

Segundo o Santo Padre com a parábola do Pai Misericordioso, Jesus dá-nos a conhecer o coração de Deus, apresentando-nos a figura de um Pai, cuja misericórdia para com os seus dois filhos é incondicional.

Para compreender este texto evangélico é conveniente partir da “alegria do coração do Pai” – disse o Papa – quando afirma que é preciso fazer “festa porque este meu filho estava morto e tornou à vida, estava perdido e foi encontrado”.

O Pai que sempre esperou pelo seu filho mais novo impede-o de confessar a sua culpa e de afirmar que não era digno de ser chamado seu filho – observou Francisco – esta expressão seria insuportável para o coração do Pai.

Assim, a misericórdia manifesta-se no facto de que o Pai não se mostre ressentido pela ofensa grave mas, pelo contrário, tenha apenas sentimentos de alegria por recuperar o filho perdido.

Com esta parábola Jesus ensina-nos que “a nossa condição de filhos de Deus é fruto do amor do coração do Pai e não depende dos nossos méritos ou das nossas ações e, portanto, ninguém nos pode tirá-la” – afirmou o Papa.

Entretanto o filho mais velho – continuou Francisco – mostra-nos como a lógica da recompensa pode fazer-nos ignorar que se permanece na casa do Pai não para que se obtenha algum benefício, mas por termos a dignidade de filhos que compartilham as responsabilidades do pai.

Nesse sentido, a parábola ensina-nos que “a alegria maior do Pai é ver os seus filhos reconhecerem-se como irmãos” – disse o Papa.

Misericórdia com atitudes de piedade

Sábado, 14 de maio – audiência jubilar na Praça de S. Pedro com o Papa Francisco que exortou os cristãos a cultivarem atitudes de piedade rejeitando a indiferença pelos outros.

No Evangelho, encontramos pessoas doentes, endemoniadas, pobres ou atribuladas que se dirigem a Jesus com estas palavras: “Senhor, tende piedade!” – recordou o Santo Padre que considerou que estas pessoas intuíam que em Jesus havia algo de extraordinário que podia ajudá-las a sair da condição em que se encontravam.

Jesus dava-Se conta desta súplica, compadecia-Se da pessoa e respondia com um olhar de misericórdia e o conforto da sua palavra. Ele convidava a pessoa a ter confiança n’Ele e, na base desta fé, concedia quanto Lhe era pedido. Para Jesus, sentir piedade equivale a compartilhar a situação triste da pessoa que encontra e, ao mesmo tempo, empenhar-Se pessoalmente para transformar a tristeza da pessoa em alegria – afirmou Francisco.

Uma tal piedade é manifestação da misericórdia de Deus e aparece na lista dos dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. O Pai do Céu concede-nos estes dons para sermos dóceis aos impulsos do Espírito Santo – disse o Papa que exortou os cristãos a cultivarem atitudes de piedade:

“Também nós somos chamados a cultivar em nós atitudes de piedade diante de tantas situações da vida, repelindo de nós a indiferença que impede de reconhecer as exigências dos irmãos que nos circundam e livrando-nos da escravidão do bem-estar material.”

Deixemo-nos guiar pelo Espírito e não seremos orfãos

Domingo, 15 de maio, Solenidade de Pentecostes – na Missa na Basílica de S. Pedro o Papa Francisco afirmou que já não somos órfãos e sublinhou o dom do Espírito Santo, cume da missão de Jesus que nos liga ao Pai.

O Santo Padre centrou a sua homilia nas palavras do Senhor no Evangelho de João: “Não vos deixarei órfãos”. Francisco comentou que graças ao Espírito Santo já não somos escravos mas “filhos adotivos”, reativando-se em nós a paternidade de Deus.

“Do imenso dom de amor que é a morte de Jesus na Cruz, brotou para toda a humanidade, como uma imensa cascata de graça, a efusão do Espírito Santo. Quem se imerge com fé neste mistério de regeneração renasce para a plenitude da vida filial.”

Não vos deixarei órfãos, repete ainda hoje Jesus – observou o Papa que recordou a presença materna de Maria no Cenáculo, ela que é “memória viva do Filho e invocação viva do Espírito Santo. É a Mãe da Igreja”.

Pela intercessão de Maria o Papa Francisco lembrou “todos os cristãos, as famílias e as comunidades que neste momento têm mais necessidade da força do Espírito Santo”, Espírito que nos faz entrar numa “nova dinâmica de fraternidade”:

“Mediante o Irmão Universal, que é Jesus, podemo-nos relacionar com os outros em modo novo, não mais como órfãos, mas como filhos do mesmo Pai bom e misericordioso. E isto muda tudo! Podemo-nos olhar como irmãos e as nossas diferenças fazem multiplicar a alegria e a maravilha de pertencer a esta única paternidade e fraternidade.”

Amor demonstra-se com factos

No Regina Coeli na Solenidade de Pentecostes o Papa Francisco falou da Janela do Palácio Apostólico para a multidão que o ouviu dizer que a liturgia convida-nos neste dia a abrirmos a mente e o coração ao dom do Espírito Santo que, como disse Jesus, connosco fica para sempre:

“Estas palavras recordam-nos, antes de mais, que o amor por uma pessoa e também pelo Senhor, demonstra-se não só com as palavras, mas com os factos; e também ‘observar os mandamentos’ é compreendido em sentido existencial, por forma, a que toda a vida seja envolvida.”

“Efetivamente, ser cristãos não significa principalmente pertencer a uma certa cultura ou aderir a uma certa doutrina, mas sim ligar a própria vida, em todos os seus aspetos, à pessoa de Jesus e, por meio dele, ao Pai. Com este objetivo Jesus promete a efusão do Espírito Santo aos seus discípulos.”

Ao prometer o Espírito Santo, Jesus define-o como “um outro Paráclito” que significa Consolador – disse o Papa que lembrou que o Espírito Santo não tem um “ensinamento diferente, mas torna vivo e operante aquele de Jesus para que o tempo que passa não o apague”. O Espírito Santo ajuda a enxertar o ensinamento de Jesus no nosso coração, ajuda a interiorizá-lo fazendo-o carne da nossa carne.

O Santo Padre invocou a materna intercessão da Virgem Maria para obtermos a graça de sermos animados pelo Espírito Santo, para testemunharmos Cristo com franqueza evangélica.

E com o Regina Coeli deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 9 a 15 de maio. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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