Jordânia: inaugurado centro agrícola para refugiados


Cidade do Vaticano (RV) - Foi inaugurado, na semana passada, em Amã, na Jordânia, o ‘Jardim da Misericórdia’, centro agrícola com 600 oliveiras, que empregará refugiados iraquianos e sírios. 

Graças ao Papa Francisco, o centro foi financiado com o dinheiro arrecadado no Pavilhão da Santa Sé na Expo de Milão 2015. Participaram da cerimônia de inauguração da obra, no Centro Nossa Senhora da Paz, o Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, e o Núncio Apostólico na Jordânia e Iraque, Dom Alberto Ortega Martin.

O Pontifício Conselho Cor Unum, organismo vaticano que administra as obras caritativas do Papa, coordena a iniciativa. O subsecretário desse dicastério, Mons. Segundo Tejado Muñoz, delegado do Papa, foi entrevistado pela nossa emissora. 

Dom Muñoz: “Esta iniciativa nasceu da coleta feita durante a Expo de Milão, no ano passado, quando se realizou a exposição universal. No final do percurso do Pavilhão da Santa Sé, foi colocada uma caixa para quem quisesse deixar uma oferta, dedicada a um projeto humanitário. Desta iniciativa foram arrecadados cerca de 125 mil euros. Então, perguntamos ao Papa Francisco o que ele queria que fosse feito com esse dinheiro e ele disse que era para ajudar os refugiados que sofrem com o conflito do Oriente Médio. Então, decidimos criar na Jordânia, como Cor Unum, um projeto para ajudar os refugiados que chegam do Iraque e da Síria, vítimas deste conflito em andamento nesta área do Planeta.”

Estão previstas outras ações  do Cor Unum em favor dos migrantes no Oriente Médio, em particular da Síria e Iraque?

Dom Muñoz: “O Cor Unum está sempre em alerta e estamos sempre prontos. Temos uma equipe de coordenação, em setembro faremos a terceira reunião, que consegue reunir todas as agências que estão trabalhando, os núncios apostólicos, a Igreja local, sobretudo, e também alguns dicastérios da Santa Sé para analisar a situação. Também criamos para a Síria um projeto de formação para os agentes que estão desempenhando e realizando projetos. Esta era uma exigência muito importante! Trabalhamos sempre, não paramos nunca, mesmo porque esta é uma situação que muda constantemente. Existem também os refugiados na Grécia, nos Bálcãs. É uma situação realmente complicada que procuramos monitorar, ajudar e coordenar. Porém, é uma situação que muda constantemente.”

O senhor falou de Igreja local. O que a Igreja na Jordânia está fazendo para os migrantes iraquianos e sírios?

Dom Muñoz: “Está completamente comprometida e trabalha neste campo. Na viagem que fiz à Jordânia, vi um encorajamento muito grande e não somente da Igreja local, mas também das Igrejas de todo o mundo. Devemos considerar que a ação da Igreja não consiste somente neste pequeno projeto que o Santo Padre quis realizar na Jordânia, mas é todo o grande trabalho que as Igrejas no mundo estão fazendo na Jordânia, Síria, Líbano e Grécia. Visitei um centro de saúde financiado pela Caritas Alemã. A Conferência Episcopal Italiana (CEI) está pagando os aluguéis de casas para estas famílias. Na Jordânia não existem muitos campos de refugiados, a não ser ao longo das fronteiras, então a tendência é fazer com que estas famílias possam alugar um quarto ou um apartamento. Sei que a CEI está dando uma grande ajuda pagando os aluguéis para essas famílias. O que isso significa? Significa que a família tem uma dignidade, não vive numa tenda, mas numa casa, num apartamento que talvez é dividido com outra família. Isso dá dignidade! Foi isso que o projeto ‘Jardim da Misericórdia’ quis fazer: dar trabalho a essas pessoas, pois elas não podem viver eternamente recebendo ajuda. Trabalhar dá dignidade. Foi o que fizemos depois de estudar a situação na Jordânia e conversar com a Igreja local. Era o que deveria ser feito neste momento.” (MJ)








All the contents on this site are copyrighted ©.