2016-05-15 18:03:00

Bispos da Índia condenam violação e homicídio duma jovem dalit


Os bispos da Índia condenaram de forma firme e resolutamente o estupro e o homicídio de uma rapariga dalit. Jisha – este era seu nome, tinha 28 anos e estava a estudar jurisprudência. A 28 de Abril passado, foi violentada, ferida 38 vezes e depois morta. Foi no distrito de Enakulam, no Estado indiano do Kerala.

“Condenamos com dureza – lê-se numa nota do departamento sobre mulheres da Conferência Episcopal da Índia, citada pela agencia Asia News – o acto bárbaro e horrível contra uma mulher e exprimimos profunda preocupação pela vida e a dignidade das mulheres no nosso País”.

“É absurdo – prossegue a nota – que uma mulher seja menosprezada, molestada e abusada, qualquer que seja a sua idade e que não se sinta em segurança na sua própria terra. Isto coloca questões sobre a segurança das mulheres hoje na Índia”.

A condenação dos bispos une-se à da sociedade civil que, nos dias passados, protestou contra o dramático episódio.

“Este horrível e brutal ataque contra a jovem – afirma Pascoal Carvalho, membro da Academia Pontifícia para a Vida (PAV) e da Comissão Diocesana para a Vida – é uma vergonha em relação à segurança das nossas mulheres e uma mancha pela forma como as tratamos. A violência contra as mulheres – acrescenta – é o exemplo mais difuso de entre as violações dos direitos humanos, porque os preconceitos de género são prevalecentes na Índia e causam graves preocupações pela segurança das mulheres”.

Segundo Carvalho “este é o resultado de uma cultura que considera o homem superior à mulher”. Uma cultura reforçada também por formas de exploração como o aluguer de ventres, algo que na Índia traz um lucro anual de mais de dois mil milhões de dólares” – explicou aquele membro do PAV. Esta indústria – concluiu – reforça os estereótipos de género, segundo os quais a mulher é só uma mercadoria e que leva à exploração de mães como barriga de aluguer”. 

(DA)








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