Card. Parolin vai à Ucrânia em junho levar solidariedade do Papa


Cidade do Vaticano (RV) – O cardeal Pietro Parolin irá à Ucrânia no próximo mês para expressar a solidariedade do Papa àquela população que sofre com o conflito em andamento. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (11) pelo próprio secretário de Estado, em visita à Estônia. A declaração do purpurado aconteceu na Universidade de Tartu durante seu discurso sobre as relações internacionais da Santa Sé, a questão migratória e a crise de valores na Europa.

“Devido a gravidade da situação atual, eu mesmo vou me dirigir à Ucrânia para expressar a solidariedade do Santo Padre àqueles que sofrem”, anunciou o cardeal. Lembrando a coleta para o país do último dia 24 de abril, o purpurado sublinhou ainda que “a Santa Sé é particularmente  preocupada com a questão humanitária que está piorando por causa do conflito em andamento” e da inflação que deixou “mais de meio milhão de pessoas” sem comida, provocando “um milhão e meio de pessoas descoladas”. O secretário de Estado abordou outras questões dramáticas como a emergência sanitária e as condições das crianças que não podem frequentar as escolas, sofrendo diariamente com a violência ao ponto de ficarem traumatizadas.

Perante tudo isso, sublinhou o secretário de Estado, a Igreja católica, embora seja uma minoria na Ucrânia, “está respondendo aos mais necessitados da população”, enquanto a Santa Sé está preparando “intervenções específicas para benefício de todos, sem discriminações religiosas”. Ao mesmo tempo, insistiu o cardeal Parolin, é importante respeitar o direito internacional e humanitário, encorajando as partes em causa “a começar o diálogo para superar as dificuldades atuais e aliviar os sofrimentos da população”.

Crises da Europa: migratória e de valores

O olhar do purpurado se estendeu a toda atividade diplomática da Santa Sé que é distante, explica ele, de propostas “puramente políticas e comerciais”, mas é baseada, ao contrário, sobre quatro princípios fundamentais: dignidade à pessoa humana, promoção do bem comum, solidariedade e subsidiariedade. Daqui, o chamado para fazer atenção a duas crises atuais da Europa: a crise migratória e aquela de valores.

Em relação à primeira crise, o purpurado exortou “uma resposta humanitária” que saiba balancear “a tutela dos direitos dos cidadãos europeus e o acolhimento dos migrantes”, através de “um diálogo franco e respeitoso entre os países de origem, trânsito e destino” dos refugiados. Quanto à crise de valores, o secretário de Estado ressaltou a importância da proteção dos direitos humanos, de não reduzir ao mero individualismo, mas de serem entendidos como universais, enquanto essenciais para a pessoa e a sua dignidade.

Por fim, o cardeal Parolin anunciou que no próximo dia 19 de maio o Papa Francisco receberá em audiência o novo embaixador da Estônia na Santa Sé, Vaino Reinert.

Corajosa missão perante os atuais desafios

Antes de ir à Universidade de Tartu, o secretário de Estado presidiu uma missa na igreja Imaculada Conceição, levando aos fiéis presentes a saudação e a bênção do pontífice. Já na tarde de terça-feira (10), o cardeal presidiu a celebração na Catedral dos Santos Pedro e Paulo em Tallin e lembrou do “testemunho de sacerdotes, religiosos e leigos perante perseguições, deportações e obstáculos de todos os tipos” vivenciados pela Igreja da Estônia no período “da ocupação e da ditadura”. O purpurado pediu, então, aos fiéis para que continuem na “corajosa” missão da nova evangelização sobretudo hoje perante a desafios não menos importantes, como a secularização, a indiferença religiosa e a hostilidade à fé.

Nessa ótica, o secretário de Estado insistiu sobre a importância da dimensão ecumênica, sobretudo num país como a Estônia, com “uma forte tradição ortodoxa e luterana”. “Encorajo vocês a continuar rezando juntos, a promover o diálogo e a cooperar às várias iniciativas para difundir a fé e promover o bem comum, no espírito do Evangelho”, porque “a divisão entre cristãos é contrária à vontade de Cristo”.

Card. Parolin na Letônia

A Estônia faz parte da segunda etapa da viagem que o cardeal Parolin faz á área báltica: de 7 a 9 de maio o purpurado foi à Lituânia e, no final desta quarta-feira, se transfere para a Letônia. O retorno para a Itália está previsto para a próxima sexta-feira, 13 de maio.

(AC)








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