Há 100 anos, Bento XV proclamava a Padroeira de Cuba


Havana (RV) – O Arcebispo de Santiago de Cuba e Presidente da Conferência Episcopal, Dom Dionisio García, presidirá esta terça-feira à solene concelebração eucarística em recordação ao primeiro centenário da proclamação pelo Papa Bento XV de Nossa Senhora da Caridade do Cobre como Padroeira de Cuba.

Desde as primeiras horas de segunda-feira é registrado um grande afluxo de fiéis e peregrinos ao Santuário localizado em “El Cobre”, onde no passado existia uma mina de cobre e do qual a devoção mariana assume o nome. A festa litúrgica da Virgem recorre em 8 de setembro.

Origens

A origem desta remonta a 1612, quando três pescadores – dois índios, Juan e Rodrigo de Hoyos, e um escravo negro, encontraram uma imagem de madeira que flutuava nas águas da Baía de Nipe. A pequena estátua tinha a inscrição: “Sou a Virgem da Caridade”. Mais tarde, foi levada à mina El Cobre, onde em 1684 foi construído o primeiro santuário.

O atual santuário foi erguido em 1703, no exato lugar indicado pela Virgem, por revelação. Na sala do milagres encontra-se a tábua em que a imagem foi achada flutuando, a medalha do Prêmio Nobel de 1954, Ernest Hemingway e também há um ex-voto da Sra. Lina Ruz, mãe de Fidel Castro.

A pequena imagem, de 15 polegadas de altura (mais ou menos 40 cm), tem o rosto redondo e sustenta em seu braço esquerdo o menino Jesus, que traz em suas mãos o globo. Ela já foi venerada por três Papas: João Paulo II, Bento XVI e Francisco.

Sinal de Unidade

Em concomitância aos festejos pelo centenário de proclamação da Virgem como Padroeira de Cuba, uma réplica da imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, entregue ao Papa Francisco quando de sua viagem a Cuba, será recebida em uma Ermida em Miami, como “um chamado à unidade” e à superação de “divisões entre os cubanos”.

A família que presenteou o Papa, pediu a ele que a imagem da Virgem fosse levada “à família cubana no exílio, como símbolo de amor e de unidade”, confidenciou à EFE o Pároco da Ermida, Juan Rumín Domínguez.

Sob o lema “A caridade nos une”, a pequena imagem irá percorrer diferentes localidades dos Estados Unidos com forte presença cubana. O gesto quer marcar simbolicamente “a superação das divisões e distâncias geográficas e ideológicas” entre os cubanos, explicou o Padre Juan Domínguez.

Para o sacerdote, “não existe um símbolo maior de unidade” entre as famílias da diáspora e as da Ilha do que a “devoção a Nossa Senhora da Caridade do Cobre”.

O Arcebispo de Miami, Thomas Wenski, também celebrará uma missa em comemoração ao centenário da Padroeira de Cuba.

História

Nossa Senhora do Cobre, chamada afetuosamente pelo povo como “La Cachita”, é considerada um símbolo da identidade nacional dos cubanos. Ela também é conhecida como “La Mambisa”, pois foram combatentes pela independência da Ilha que pediram em 1915 ao Papa Bento XV a proclamação de Nossa Senhora como Padroeira da nação.

Os “mambisi” - palavra que provavelmente deriva de Juan Ethnnius Mamby (chamado de "Eutimio Mambí"), oficial negro que abandonou o Exército espanhol para lutar pela independência dos povos da região (Cuba, República Dominicana e Haiti) – existiram não somente no Caribe, mas também nas Filipinas, onde hoje, em alguns locais, se venera Nossa Senhora do Cobre. (JE)








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