Crônica: Borboletas no deserto


Dubai (RV*) - Amigas e amigos, com alegria envio uma saudação fraterna das Arábias.

As experiências vividas indicam que é bom estar aberto ao novo, deixar-nos surpreender pelo inusitado. Temos ciência de que para muitos insetos, animais e aves, o deserto é inóspito e inadequado para viver. Por isso, poucas pessoas terão imaginado um bando de borboletas voando sobre as areias do deserto. Contudo,  os idealizadores de Dubai, a cidade moderna que mais rapidamente cresce no mundo, nos surpreendem pelo seu arrojo e criatividade. Aqui, no deserto, idealizaram o maior borboletário do planeta, dentro de cúpulas especiais.

São nove cúpulas climatizadas, dentro das quais foi criado ambiente propício para que 15.000 borboletas de diversas partes do mundo, vivam e divirtam os visitantes. Plantas, flores, água e alimentação estão à disposição desses belos insetos.

O visitante vai adentrando as cúpulas com abundante vegetação pendendo dos tetos e aos lados das vielas. O silêncio é profundo, mas o ar está cheio de insetos flutuando, perseguindo-se, dançando e alimentando-se.

O jardim abriga 32 espécies de borboletas. Algumas delas são excepcionalmente belas como a “Olho de coruja” que também é a maior de todas. Uma cúpula abriga as pupas na qual são  incubadas e eclodem.

A temperatura adequada é muito importante para as delicadas borboletas. Gostam que esteja nos 28 graus centígrados, mas nos Emirados Árabes Unidos o calor é elevado. Manter a temperatura nos 28 graus é ideal para as borboletas e um problema para os visitantes. Então, estudou-se o jeito de mantê-la em 24 graus,que é boa para visitantes, plantas, flores e, logicamente, para as estrelas do local, as borboletas.

Ao caminhar pelas vielas, deve-se cuidar para não pisar sobre alguma borboleta pousada no chão. Contudo, aos visitantes é permitido pegá-las na mão, cuidando para não machucá-las.

Existem também recintos equipados com assentos e cercados com rede fina cheios de borboletas. Os visitantes podem sentar lá dentro e gozar da sensação dos insetos pousando sobre a cabeça, braços ou qualquer parte do corpo.

Cantos de pássaros, previamente gravados, e o barulho de uma cascata criam a atmosfera de bosque para acalmar o espírito de quem tem vida agitada.

Se não cuidarmos da natureza, a nossa casa natural, nossas crianças  só a conhecerão por meio de laboratórios e museus.

Amigas e amigos, lembramos que Albert Schweitzer, disse: “O mundo tornou-se perigoso, porque os homens aprenderam a dominar a natureza antes de se dominarem a si mesmos.”

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano








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