Bombas sobre Aleppo: esperado anúncio de novo cessar-fogo


Cidade do Vaticano (RV) –  “Esperemos que a trégua na Síria continue a vigorar e que possa ser encontrada uma solução política. Esta é a nossa grande esperança”, afirmou o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin, ao participar na manhã desta terça-feira,3, da apresentação do novo encarte mensal do L’Osservatore Romano dedicado às mulheres.Não obstante a anunciada trégua, a cidade de Aleppo continua a morrer.

Segundo as últimas informações, um foguete lançado pelos rebeldes atingiu na manhã desta terça-feira o Hospital al-Dabit, no setor controlado pelo regime, no Bairro central de Mohafaza. Segundo a Agência Sana, é de pelo menos três o número de mortos e 17 os feridos. Os combates, que foram retomados em 22 de abril, causaram até agora a morte de 250 civis, entre os quais ao menos cinquenta crianças. O Ministro do Exterior russo, Serghei Lavrov, disse que um acordo para o fim das hostilidades pode ser conseguido nas próximas horas.

A Custódia da Terra Santa, por sua vez, faz um relato da situação dramática vivida em Aleppo nos últimos dias. “Durante a missa do domingo caíram tantos mísseis em toda Aleppo, muitos em nossa zona. Fala-se de dezenas de mortos e tantos feridos, que somam-se aos mortos e feridos dos dias precedentes”, informam os frades em Aleppo, em mensagens que  “chegam continuamente” e que são relançadas pela Custódia da Terra Santa”. Estão preocupados, assustados. Foi uma semana de sangue em Aleppo, onde os bombardeios foram retomados com violência após os poucos dias de trégua. Chuvas de mísseis sobre as casas, algumas recém reformadas, e bombas sobre os hospitais. “Doze mortos e cem feridos”, escreveram nos dias passados os freis, “e entre eles também muitos cristãos”.

As notícias mais preocupantes são destes primeiros dois dias de maio: “Durante a missa vespertina, o primeiro dia do mês mariano, caíram tantos mísseis na região de Azizieh e Ram. Com uma igreja lotada, conseguimos com muito esforço concluir a cerimônia aqui na Igreja de São Francisco. No entanto, os fieis de Al Ram buscaram abrigo em refúgios, porque bombardearam a cidade quatro vezes. Desceram todos correndo no recinto subterrâneo, após uma explosão ocorrida no teto. Não sabemos dos danos provocados”.

Os jornais estimam em 250 os mortos e um número indefinido de feridos somente nos últimos nove dias. Não cessa a espiral de violência e terror na Síria, desde o início da guerra civil em março de 2011, e que até agora provocou a morte de pelo menos 270 mil pessoas e milhares de refugiados. A emergência humanitária criada está entre as mais graves dos últimos anos. Aleppo permanece como o coração deste conflito, onde jihadistas do Estado Islâmico e milicianos do al-Nusra (braço da Al Qaeda) combatem contra grupos rebeldes e soldados do exército sírio. “Mas em Aleppo existe outra batalha em andamento, a da esperança” nos repetem sempre os frades. E também esta não conhece trégua. Neste sentido, o apelo da Custódia para apoiar a esperança dos cristãos remanescentes. (JE/Agências)








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