Editorial: Escolhas de vida


Cidade do Vaticano (RV) – Experimentamos no último final de semana aqui no Vaticano, a alegria do que certamente será a próxima Jornada Mundial da Juventude, (JMJ) em Cracóvia, no final do mês de julho, quando Francisco se reunirá com os jovens provenientes de todas as partes do mundo, entre eles os brasileiros. Durante a JMJ será também celebrado o Jubileu dos jovens.

No final da semana passada esse “gostinho” de JMJ foi experimentado aqui em Roma durante o Jubileu dos Adolescentes. Mais de 100 mil, rapazes e moças, invadiram as ruas de Roma num clima de festa, envolvendo a “caputi mondi” num coroa de alegria sem fim. Via da Conciliação e Praça São Pedro se transformaram em lugares do mundo e de encontro dos jovens. E Francisco não poupou surpresas a eles. No sábado, dia 23 deixou a Casa Santa Marta e foi até a Praça São Pedro – que se tornou um grande confessionário ao ar livre - para confessar 16 jovens. E à noite no Estádio Olímpico a festa da juventude com a videomensagem de Francisco.

Na Festa de São Jorge, dia 23, dia do seu onomástico, foi o Papa a dar o presente e não a recebê-lo. Junto com mais de 150 sacerdotes, Francisco, como um sacerdote qualquer, ouviu a confissão dos jovens, demonstrando assim a grande necessidade que temos de nos aproximarmos do Sacramento da Reconciliação. Por sua vez, o tema do perdão é central neste Ano Santo, como também é central na vida dos jovens, convidados pelo Papa a “crescerem misericordiosos como o Pai”.

Além do momento das confissões, os adolescente viveram a emoção da peregrinação à Porta Santa após terem percorrido a Via da Conciliação, partindo do Castelo Sant’Angelo.

Durante a Santa Missa no domingo, na Praça São Pedro, Francisco pediu aos adolescentes de não se contentarem com a mediocridade, ficando cômodos e sentados. Fez um convite, que se torna um convite universal a todos os nossos adolescente e jovens, a construírem o futuro “junto com os outros e para os outros, nunca contra o outro”, baseando tudo sobre o amor “carteira de identidade do cristão”.

A carteira de identidade do cristão é o amor – disse mais uma vez o Papa - e é o único ‘documento’ válido para sermos reconhecidos como discípulos de Jesus. “Se este documento perde a validade e não for renovado, deixamos de ser testemunhas do Mestre”.

Francisco insistiu então com os jovens para que façam sempre boas escolhas e escolham sempre o bem. Tocou então no tema da liberdade, um tema que está sempre presente no discurso dos mais jovens. “Ser livre, afirmou, não significa fazer aquilo que se quer, mas é o dom de poder escolher o bem: é livre quem procura aquilo que agrada a Deus, mesmo que nos obrigue a escolhas corajosas. Ser livre é saber dizer sim e não”.

Francisco voltou a cunhar frases importantes que sintetizam o seu amor e seu pensamento por aqueles que são o presente e o futuro da Igreja e da sociedade. Como por exemplo, usando a linguagem juvenil: “a felicidade não tem preço, nem se comercializa; não é um ‘aplicativo’ que se baixa no celular: nem a versão mais atualizada os ajudará a torná-los livres e grandes no amor.”

Francisco reconheceu que amar não é fácil. É exigente e requer esforço. Com efeito, o amor é o dom livre de quem tem o coração aberto; é uma responsabilidade que dura toda a vida; é um compromisso diário, feito também de sonhos. “Ai dos jovens que não sabem sonhar”, destacou. Se um jovem dessa idade não sonha, já está aposentado.

Na vida – fez notar o Papa – sempre se cai, porque somos pecadores, somos fracos. Mas temos também a mão de Jesus que nos ajuda a levantar, pois Ele nos quer em pé.

Portanto, Francisco indica mais uma vez o caminho aos adolescentes e jovens, um caminho marcado por escolhas radicais, por compromissos radicais para quem deseja verdadeiramente realizar seus sonhos. É como o amor, que não se realiza com palavras, mas vivendo, não com uma doce poesia memorizada, mas como uma escolha de vida a ser colocada em prática todos os dias. (Silvonei José)








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