2016-04-30 12:43:00

Cabo Verde -Monte Txota: Inquérito e demissão do CEMFA


Em Cabo Verde o Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, General Alberto Fernandes, apresentou neste sábado 30 de abril a sua demissão do cargo que vinha ocupando desde novembro de 2011. O CEMFA assume assim, segundo o jornal caboverdianao “asemanaon line” responsabilidades pelo massacre de Monte Txota, que vitimou onze pessoas, incluindo oito militares e três civis, sendo dois de nacionalidade espanhola. O Jornal acrescenta ainda que foi o próprio Chefe de Estado-maior das Forças Armadas que anunciou a sua demissão na cidade da Praia, depois de no dia 29 se ter reunido com o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca. O Comandante prometeu revelar os motivos da sua demissão na próxima segunda-feira, 2 de Maio.

Entretanto, sexta-feira 29, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Luís Filipe Tavares, disse hoje em conferência de imprensa, na Cidade da Praia que o Governo já mandou abrir um inquérito para averiguar as eventuais irregularidades no funcionamento do destacamento militar de Monte Tchota.

Luís Filipe Tavares adiantou que perante a gravidade dos factos ocorridos em Monte Tchota, impõem-se o efectivo apuramento de responsabilidades.

Luis Filipe Tavares num som que nos chega da Rádio Nova de Cabo Verde.

O incidente de Monte Tchota ocorreu terça-feira, 26, e vitimou mortalmente 11 pessoas, todas do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 20 e os 51 anos, sendo oito militares e três civis, dois de nacionalidade espanhola e um de São Vicente.

O presumível autor dos crimes, também ele militar, foi detido quarta-feira, na Cidade da Praia, pelas autoridades militares e policiais.

O jornal “Asemanaonline” frisa ainda que para já, tudo indica que a demissão do Chefe de Estado Maior das Forças Armadas esteja relacionada com a chacina de Monte Txota. As revelações tornadas públicas, particularmente de maus-tratos aos militares e de abandono do Destacamento Militar de Monte Txota também terão contribuído para criar um clima de instabilidade à permanência do General.

O Jornal refere ainda que desde o massacre de Monte Tchota, várias vozes, inclusive altas patentes militares, vinha reclamando a demissão do Chefe de Estado Maior das Forças Armadas que, por altura dos acontecimentos, se encontrava em missão fora do país. Trata-se pois da primeira demissão depois desse crime hediondo, que chocou os caboverdianos no país e na diáspora. 

(DA com Rádio Nova e "Asemanaonline")








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