2016-04-25 12:48:00

Cardeal Turkson em Lusaca: contra a fome economia sustentável


Para responder aos desafios da fome e da desnutrição num mundo que desperdiça 40% dos seus alimentos, só a tecnologia não basta: é preciso apostar numa economia sustentável. Foi o que afirmou o Card. Peter Turkson, que participa na manhã desta segunda-feira (25/04) numa Conferência sobre o impacto ambiental da agricultura e da actividade extractiva, em Lusaca, na Zâmbia.

O Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e Paz foi convidado para apresentar aos participantes a “Laudato sì.” O encontro, organizado pela Conferência Episcopal Zambiana (ZEC), tem a finalidade de conscientizar sobre a importância da ecologia humana e da protecção da Criação, como indicado na Encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado da Casa comum.

No seu discurso, depois de explicar os pontos salientes do documento pontifício, o Card. Turkson chamou em causa os novos métodos e técnicas de produção para aumentar as colheitas agrícolas a curto prazo. Métodos – ressaltou o Cardeal – que desencadeiam um círculo vicioso: o esgotamento dos recursos naturais que reduz a produtividade que, por sua vez, leva a subtrair ainda mais recursos à natureza. Segundo o Presidente de Justiça e Paz, ao invés, é necessário que o mundo aposte na sustentabilidade, que se promove com medidas de financiamento de pequenos produtores e com uma produção diversificada.

A actividade extractiva, prosseguiu o purpurado, também agride o meio ambiente e é um exemplo ainda mais grave daquela “dívida ecológica” de poluição e desestabilização social e económica deixada pelas indústrias estrangeiras nos países produtores de matérias-primas. “Quem explora as minas tem o dever de compartilhar os recursos naturais com as populações locais e cuidar das mesmas, juntamente com as populações”, afirmou.

O Card. Turkson concluiu citando o Papa Francisco: “Nem tudo está perdido, porque os seres humanos, capazes de se degradar até o extremo, podem também se superar, voltar a escolher o bem e se regenerar”. E fez um apelo: “Recebemos este mundo como um jardim, não deixemos um deserto como herança aos nossos filhos e às futuras gerações”.








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