2016-04-21 11:00:00

Santa Sé alerta para fracasso do diálogo Israel-Palestina


“A solução de dois-Estados corre o risco de fracassar”, alertou o Observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas em Nova Iorque, Arcebispo Bernardito Auza. A advertência foi feita durante o Debate aberto promovido no Conselho de Segurança sobre a situação no Oriente Médio, na segunda-feira dia 18 de abril.

“As conversações de paz estão paralisadas. E uma retórica inflamada, atos de terror e ações unilaterais aniquilam os esforços para restaurar um significativo processo de diálogo e compromisso”, denunciou o arcebispo.

Frustração

Ao citar um “cenário frustrante”, o observador recorda os contínuos apelos do Papa Francisco para que Israel e Palestina perseverem com coragem no caminho da reconciliação “porque, simplesmente, não há outra saída”:

“A Santa Sé acredita firmemente que a solução de dois-Estados fornece a melhor possibilidade para um acordo de paz. A solução de dois-Estados deve se tornar uma realidade e não permanecer um mero sonho”, destacou.

Acordo global

Dom Auza também recordou ao Conselho de Segurança da ONU o Acordo Global firmado entre a Santa Sé e o Estado da Palestina, que entrou em pleno vigor em 2 de janeiro deste ano:

“Que na complexa realidade do Oriente Médio” – destacou o arcebispo – o “Acordo possa servir de exemplo de diálogo e cooperação, em particular para outros países de maioria árabe e muçulmana na região”.

Líbano

Dom Auza pediu ainda atenção da Comunidade internacional para a delicada situação vivida no Líbano, onde ¼ da população é de refugiados sírios. Os libaneses já estão há quase 2 anos sem presidente, um fato preocupante em tempos de “instabilidade regional e proliferação de atores não-estatais”.

“A Comunidade internacional deve auxiliar as lideranças libanesas no estabelecer constitucionalmente um Governo e no lidar com a imensa responsabilidade da população refugiada”, precisou o observador.

Internacionalização do terrorismo

Por fim, Dom Auza denunciou a escalada de atos fundamentalistas e extremistas no Oriente Médio e no Norte da África, no que chamou de “internacionalização do terrorismo”.

“O terrorismo ideológico não pode ser efetivamente derrotado somente com ações militares, mas agindo diretamente nas raízes que alimentam o terrorismo internacional. A mentira e a blasfêmia de grupos terroristas que dizem matar e oprimir em nome da religião devem ser denunciadas nos mais veementes termos”, exortou.

(RB)








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