Francisco: migrantes são pontes que unem povos distantes


Roma (RV) – O Papa enviou uma mensagem pelos 35 anos de fundação do Centro Astalli, a sede italiana do Serviço dos Jesuítas para os Refugiados, celebrados nesta terça-feira, (19/04). O vídeo foi exibido durante a apresentação do Relatório Anual da instituição, cuja sede está localizada no centro de Roma.

O número de requerentes de asilo e refugiados que procuraram o Centro Astalli cresceu exponencialmente em 2015: mais de 21 mil migrantes foram atendidos somente na sede romana num ano em que mais de 153 mil migrantes desembarcaram na Itália.

Os migrantes que chegam à Itália são sobretudo africanos, com um pequeno percentual  proveniente do Oriente Médio e da Ásia. Os pedidos de proteção ao governo italiano ultrapassaram 80 mil, com um acréscimo de 20 mil requisições em relação a 2014.

Peregrinos nesta Terra

“Cada um de vocês, refugiados, que bate à nossa porta, tem o rosto de Deus, é carne de Cristo. As suas experiências de dor e de esperança nos recordam que somos todos estrangeiros e peregrinos nesta Terra, acolhidos por alguém com generosidade e sem nenhum mérito. Quem, como vocês, fugiu da própria terra por causa da opressão, da guerra, de uma natureza desfigurada pela poluição e pela desertificação, ou da injusta distribuição dos recursos do planeta, é um irmão com quem compartilhar o pão, a casa, a vida”, disse o Papa no início da mensagem.

“Muitas vezes nós não vos acolhemos!” – destacou o Papa: “Perdoem o fechamento e a indiferença das nossas sociedades que temem a mudança de vida e de mentalidade que a vossa presença pede”, reconheceu Francisco.

Refugiados são pontes

“Tratados como um peso, um problema, um custo, vocês são, ao contrário, um dom”,  disse o Pontífice.

“Vocês são o testemunho de como nosso Deus clemente e misericordioso sabe transformar o mal e a injustiça que vocês padecem em um bem para todos. Porque cada um de vocês pode ser uma ponte que une povos distantes, que torna possível o encontro entre culturas e religiões diversas, uma estrada para redescobrir a nossa comum humanidade”.

Por fim, Francisco encorajou todos os envolvidos no trabalho do Centro Astalli, “exemplo concreto e diário de acolhida nascido da visão profética do Padre Pedro Arrupe”. “Vocês demonstram com os fatos que se se caminha juntos a estrada é menos amedrontadora. Continuem a caminhar com coragem ao lado dos migrantes: eles conhecem os caminhos que levam à paz porque conhecem o odor acre da guerra”, finalizou o Papa.

(rb)








All the contents on this site are copyrighted ©.