Cardeal Maradiaga: visita do Papa a Lesbos, um chamado à humanidade


Cidade do Vaticano (RV) - A Doutrina Social da Igreja continua tendo um papel de grande importância para promover o bem comum da humanidade. Foi o que ressaltou o arcebispo de Tegucigalpa, Honduras, Cardeal Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, em pronunciamento na manhã desta sexta-feira (15/04), na Conferência pelos 25 anos da Centesimus Annus de João Paulo II, promovida pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais. Entrevistado pela Rádio Vaticano, o purpurado detém-se sobre o significado da visita que o Papa Francisco fará este sábado à ilha grega de Lesbos:

Card. Maradiaga:- “Parece-me que seja muito importante, mesmo como sinal. No momento em que alguns países buscam fechar-se, o Santo Padre ‘se abre’, e se abre indo a Lesbos... Certamente não é fácil enfrentar esta viagem num só dia, mas ele o fará também por amor e para fazer com que toda a comunidade internacional reflita sobre o fato que os refugiados e os migrantes não são inimigos, mas gente que sofre, gente pobre, que precisa de tudo. E não é somente uma ajuda intelectual, teórica, feita de medidas políticas; pior ainda, quando se constroem muros, que são a negação da solidariedade. Penso que seja certamente um problema complexo, mas o Santo Padre com este gesto, inclusive ecumênico, porque vai com o Patriarca, convida a uma maior humanidade.”

RV: É de se esperar que com esta viagem também a consciência dos povos seja despertada, mas, sobretudo, dos líderes políticos?

Card. Maradiaga:- “Digo que a consciência de todos deve ser despertada, porque também isso é uma obra de misericórdia. E no Ano da Misericórdia não pode faltar.”

RV: Passados 25 anos da “Centesimus Annus”, agora com o Papa Francisco se vê que a Doutrina Social da Igreja continua desempenhando um papel importante...

Card. Maradiaga:- “Certamente, e não poderá faltar, porque não se trata somente de ‘coisas espirituais’. O Papa Francisco levou-nos a colocar os pés no chão, e isto é o que a Doutrina Social da Igreja procura fazer: ajudar a fim de que a humanidade entenda que na Criação o ápice é o ser humano. Na economia e também na política as outras coisas são ‘coisas’, as pessoas, ao invés, são criaturas de Deus.” (RL)








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